“Porque a boa mão do meu Deus era comigo” (Ne 2.8c ARA)
O tema que
vamos abordar neste estudo nos revela a grandiosidade e sabedoria divina. Vemos
que Deus, quando quer agir, Ele muda situações, transforma corações, envergonha
o inimigo e faz a obra prosperar em meio às adversidades. E que também
transforma homens comuns em grandes heróis, quando estes se curvam diante dEle
em oração reconhecendo-se apenas um instrumento nas Suas mãos. Neemias nos
ensina que a obediência e uma vida de oração é o segredo para uma vida
abundante e vitoriosa na obra do Senhor.
Contextualização
Histórica
Neemias, era um judeu exilado que
servia na corte de Artaxerxes I – Rei da Pérsia-, como copeiro, quando soube
que os exilados que já se encontravam em Judá estavam sob opróbrio (1. 1-3) e que
os muros de Jerusalém continuavam em ruínas. Depois de orar fervorosamente por
esta causa, Deus tocou no coração do Rei Artaxerxes que concedeu uma
autorização a Neemias para viajar a Jerusalém como governador (2.6b) e
reedificar os muros da cidade e fortifica-la (2.7,8). Neemias partiu da Pérsia
para Jerusalém em 444 a.C, período em que já havia se passado treze anos em que
Esdras estava em Jerusalém. Após a
reconstrução do muro, Neemias coopera com Esdras na restauração espiritual do
seu povo (Cap 8).
Neemias
se compadece pelo sofrimento de seu povo -
1.4a
“Tendo
eu ouvido estas palavras, assentei e chorei e lamentei por alguns dias...” (1,4)
Neemias ouvindo sobre as condições de desolação que se encontrava
Jerusalém e a miséria e desprezo que se abatia sobre seu povo, teve compaixão e
se prostrou diante de Deus, clamando em lágrimas para que houvesse restauração
em Israel. Ele desabou, emocionalmente, mas depois, reagiu e pôs-se a orar e
buscar no Senhor uma solução concreta para aquela situação. Não raras vezes
passamos por momentos difíceis em nossas vidas e nem sempre é fácil lidarmos
com elas. Mas ficar prostrado e chorando não resolve nenhum problema, por isso,
devemos levantar a cabeça, como Neemias o fez e colocarmos em ação a nossa fé.
Orar é a primeira coisa que devemos fazer, na certeza de que Deus entrará com providência em nosso favor.
Neemias
intercede em favor de seu povo junto a Deus – 1.4b
“...e
estive orando e jejuando perante o Deus dos céus” (1.4b)
Durante quatro meses, Neemias derramou
seu coração diante do Senhor (1.1; 2.1) orando e jejuando por causa dos
problemas que afligia seu povo. A Bíblia nos ensina que “ muito pode, por
sua eficácia, a súplica do justo” (Tg
5.16b). E não foi diferente com Neemias
que alcançou o favor divino e obteve vitória.
A
Oração que Neemias fez
Não devemos padronizar a oração,
porque não é a quantidade de palavras ou a forma poética e eloquente com que a
proferimos que vai romper os céus e sim, a intenção do coração e o
relacionamento com Deus da parte de quem ora. Mas podemos aprender muito com a
oração de Neemias porque ela possui alguns aspectos relevantes. Vamos refletir sobre essas características.
· Exaltação
e gratidão a Deus – “Ah, Senhor! Deus dos céus, Tu és grande
e temível, que guardas a Aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam
os teus mandamentos” (1.5).
A oração do Pai Nosso (MT 6.9-14) nos
ensina que antes de qualquer coisa, devemos nos apresentar diante de Deus com
reverência, demostrando com palavras e atitudes, que sabemos diante de quem nós
nos encontramos. Isso na prática significa que, devemos enaltecer as suas
qualidades, reconhecer o seu poder e a sua soberania. O nosso primeiro
pensamento e atitude devem ser de adoração. Depois, devemos nos apresentar
diante dEle como quem depende da sua misericórdia e graça, ou seja, com
humildade.
Deus conhece as nossas necessidades,
mas Ele é um Deus de relacionamento e, portanto, quer nos ouvir falar. Ele quer
que nós apresentemos a Ele nossas petições. Portanto, pedir, não é errado. Mas
os nossos pedidos não devem ser uma exigência e sim um apelo movido pela
dependência que temos dEle. Se Ele nos atender amém, mas se não o fizer, vai
continuar sendo Deus do mesmo jeito e a nossa relação com Ele não deve mudar. O
que Ele nos concede como benefício, não é por que somos merecedores, mas porque
há propósitos maiores envolvidos na questão. Se o que queremos está de
conformidade com Sua soberana vontade, certamente Ele nos atenderá, da mesma
forma com que fez a Neemias.
· Súplica
- “Estejam,
pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos abertos, para acudires à oração
do teu servo...” (1.6a).
A oração é a forma com que nos
relacionamos com Deus, é uma conversa íntima entre dois amigos. A súplica, no
entanto, é uma insistência acerca de uma causa que nos angustia. Nesse caso, é
a alma que clama e chora por socorro. E
Deus é o nosso “socorro bem presente na
angústia”(Sl 56.1b). O salmista Davi nos diz que Deus não resiste a um
coração quebrantado e contrito (Sl 51.17).
· Intercessão
– “...que
faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos”
(1.6b).
A intercessão é a oração pela causa de
outra pessoa, é alguém colocar-se na brecha em favor de sua causa. É mediar em
seu favor um benefício. Neemias estava se colocando em oração em favor de seu
povo pois se compadecia de seu sofrimento. Ele orava de dia e de noite, ou
seja, incessantemente. Deus espera de nós essa atitude, a de intercessores. A
Bíblia nos ensina que o nosso intercessor é o Espírito Santo e que,
“...semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza, porque não sabemos orar
como convém. Mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos
inexprimíveis” (Rm 8.26). Em outras palavras, Ele interpreta as nossas
angústias o nosso choro e se move em nosso favor de forma sobrenatural. Mas o
ímpio não tem esse intercessor tão maravilhoso porque seu coração está fechado
ainda para Ele. Porém, nós podemos mediar suas causas junto a Deus por meio da
intercessão.
A oração quebra barreiras, muda
situações e transforma histórias. Enquanto oramos, Deus envia seu exército de
anjos para pelejarem pela causa que lhe apresentamos. Nenhuma oração fica sem
resposta, mas temos que respeitar o tempo de Deus até que a sua obra esteja
completa. Deus trabalha no silêncio. Portanto, a ausência de resposta não
significa que Ele não ouviu as orações, apenas que, a obra não está ainda completa.
· Confissão
dos pecados – “faço
confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra
ti, pois eu e a casa de eu pai temos pecado; temos procedido de todo
corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos,
nem os juízos que ordenaste a Moisés teu servo” (1.6,7).
A Bíblia nos ensina que devemos nos
arrepender e confessarmos nossos pecados a Deus fim de obtermos o seu perdão: “se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel
e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo
1.9). Confessar as transgressões significa reconhecer que somos culpados
diante de Deus e merecedores do castigo divino e necessitados da sua graça restauradora.
Neemias bem sabia que tudo o que o seu
povo estava passando era consequência de uma vida espiritual negligente, da
falta de comprometimento com os mandamentos de Deus. Ele confessa que todos
pecaram, inclusive ele e sua própria família. Todos foram omissos no tocante a
responsabilidade que tinham diante do Senhor e estavam pagando um alto preço
por isso. Mesmo assim, ele apela para a misericórdia divina. Não é desejo de
Deus que nenhuma alma se perca, mas que todos venham a se arrepender e tenham vida
(Ez 8.23; 2Pe 3.9b);
Argumentos
de Neemias para obter os benefícios de Deus
“Lembra-te da palavra que ordenaste a
Moisés, teu servo, dizendo: Se transgredirdes, eu vos espalharei por entre os
povos; mas, se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos, e os
cumprirdes, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremidades do
céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali
fazer habitar o meu nome; Estes ainda são teus servos e o teu povo que
resgatastes com teu grande poder e com tua mão poderosa; A, Senhor! Estejam, pois,
atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se
agradam de temer o teu nome” (1.8-11).
Neemias argumenta com Deus com base nas suas promessas e no seu amor pelo seu
povo. Ele inicia trazendo à memória as palavras de bênçãos e maldições feitas
ao povo de Israel para que tivessem conhecimento acerca da responsabilidade que
lhes competia no tocante às suas atitudes diante do Senhor. Se fossem rebeldes,
seriam espalhados pela terra e viveriam misturados com outros povos, mas ao
contrário, se fossem obedientes, ainda que estivessem espalhados pelos quatro
cantos da terra, seriam trazidos de volta e se reuniriam, novamente enquanto um
povo santo, separado para o serviço de Deus, para a glória de seu nome. Neemias
conclui suas orações, fazendo menção ao fato de que o povo por quem ele estava
intercedendo era o mesmo povo pelo qual, com mãos fortes o Senhor os havia
trazido da terra do Egito e os conduzido até o lugar da promessa. O Tempo havia
passado e muitos haviam se esquecido dos feitos do seu Deus e passaram a viver
em franca rebeldia contra o Senhor. As
consequências de seus ato estavam agora pesando sobre eles. Mas Neemias, pede
que lhes seja concedida uma nova oportunidade. Pede também que o Senhor esteja
atento não só às suas orações, mas também dos remanescentes fiéis que ainda
existiam, e intercediam em favor dos demais.
A
boa mão do Senhor estava sobre Neemias – 2.8c
“...concede
que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem” (1.11b).
Neemias agora precisa tomar decisões
práticas. Pede a Deus que lhe conceda as bênçãos para ser bem sucedido ao falar
com o rei. Nesta ocasião, ele era copeiro no palácio. Neemias não era, certamente,
um crente carrancudo, pois ao servir o rei este percebeu pelo seu semblante
fechado que algo não estava bem e o indagou a respeito do que estava
acontecendo (2.2). Com toda reverência, Neemias coloca o rei a par da situação
e pede que lhe conceda uma licença para ir até Judá a fim de reconstruir os
muros de Jerusalém, pois a cidade estava desguarnecida, à mercê de ataques dos
inimigos.
Tendo obtido o consentimento do rei,
ousou ainda, pedir também cartas dirigidas aos governadores para que tivesse
trânsito livre pelos lugares por onde deveria passar até chegar a Judá. Além
disso, ousou pedir também carta de recomendação para ser apresentada a Asafe,
guarda da mata do rei, para que lhe desse madeira para as vigas que precisaria
para colocar nas portas e nos muros da cidade. Conforme tudo o que pediu assim
foi feito porque as mãos do Senhor estavam sobre Neemias (2.8c).
Embora ele tivesse sido comissionado
por Deus para a realização daquela obra, ele estava subordinado ao rei, ou
seja, a uma liderança humana, e precisaria, não só ser enviado com todo
respaldo para que tivesse acesso a todos os benefícios inerentes a sua posição,
como também de autoridade e recursos materiais para iniciar a obra. O trabalho
que a ele foi confiado por Deus, não lograria efeito se ele agisse de maneira
impulsiva e sem nenhuma prudência. A
escolta de proteção concedida pelo rei a ele foi uma medida de segurança
necessária para livrá-lo dos perigos e ataques inimigos, além de atribuir-lhe
autoridade.
Tudo o que Neemias precisava foi-lhe
concedido, porque a boa mão do Senhor estava sobre ele. Ou seja, ele estava no
centro da vontade de Deus pleiteando por uma causa que estava no coração de
Deus. Isso nos ensina que quando estamos debaixo da obediência de Deus e agimos
para a edificação de sua obra, mesmo que haja dificuldades, se buscarmos no
Senhor, Ele nos concederá todos os recursos necessários para que a obra seja
levada à efeito.
As
oposições na realização da obra de Deus
“...o
que ouvindo Sambalate, o horonita e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou
com grande desagrado que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel”(2.10).
O inimigo nunca se agrada com quem se levanta
para fazer a obra de Deus e muito menos em ver os seus filhos prosperarem. Estar,
portanto na direção de Deus, não significa estar livre de problemas, muito pelo
contrário, eles podem até ser maiores do que normalmente seriam, porque
objetivam nos fazer desistir. Por isso, não podemos perder o foco. Aquele que é
fiel, não retrocede jamais e está sempre de prontidão, vigiando, orando e
trabalhando.
Tão logo chegou a notícia sobre a
Neemias, os inimigos do povo de Deus se inquietaram e não ficaram satisfeitos
(2.10). Tão logo Neemias chegou, já se deparou com a oposição, Sambalate,
Tobias e Gesém (2.19). Sambalate era
natural de Horonaim em Moabe. Era descendentes de Moabe, filho de Ló, fruto incestuoso dele com
a filha mais velha (Gn 19.30-38). Tobias, era amonita, descendente de Ben-ami,
também filho de Ló gerado a partir de um incesto entre ele e sua filha mais
nova. Ló era sobrinho de Abraão, pai do povo de Israel, portanto, havia laços
de parentesco entre os moabitas, amonitas e o povo judeu. Gesém era originário
de povos que habitavam no deserto arábico, descendentes de várias tribos, sem
uma genealogia definida.
As estratégias desses três homens
eram, zombaria, desprezo e calúnia, a fim de paralisarem a obra. Esses recursos
ainda continuam sendo utilizados pelo inimigo contra o povo de Deus. Todas as
vezes que Deus levanta alguém para realizar uma obra, o inimigo de prontidão já
se levanta e mobiliza pessoas de dentro da própria Igreja, ou seja, irmãos em
Cristo, para perseguir, se opor e criar obstáculos a fim que o trabalho seja
realizado.
Talvez você esteja se perguntando, mas
como um crente pode agir de tal forma? Bom, a resposta é simples. Nem todos os
que estão dentro da Igreja são de fato cristãos. Mas há também aqueles que
embora o sejam, não vigiam e acabam prestando serviço para o adversário. Servem
como pedra de tropeço na obra. Disseminam dissenções, contendas, semeiam
calúnias e articulam perseguições gratuitas contra os escolhidos do Senhor.
A
fúria do inimigo ao ver a obra prosperar
“Tendo
Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira se indignou muito e escarneceu dos judeus”
(4.1).
Neemias foi muito prudente em manter
silêncio sobre o trabalho que Deus havia colocado em seu coração para realizar
(2.12, 16), já prevendo que essas informações poderiam chegar aos seus
oponentes. Durante três dias esteve em Jerusalém ( 2.11) e, para não levantar
suspeitas, durante a noite (2.13) saía
para ver de perto a situação que se encontrava o muro (2.13-15). O estrago era
grande. Havia muita coisa a ser feita. Só
depois de ter levantado todas as informações sobre a situação, procurou os
magistrados e conversou sobre o assunto com eles, conclamando-os a ajuda-lo na
reconstrução (2.16). Depois de contar-lhes sobre como Deus o havia ajudado até
ali, o povo se animou e se dispôs a ajudá-lo de boa vontade (2.17,18)).
Quando já o trabalho estava em andamento
( Cap. 3) e já se podia ver as mudanças,
Sambalate ficou furioso (4.1), e na
presença de seus compatriotas e poderosos de Samaria começou a depreciar a
obra, ridicularizando os judeus na frente de seus compatriotas e poderosos de
Samaria, dizendo que não teriam como restaurar aquela ruína pois eram fracos.
Tobias ainda acrescentou que mesmo que conseguissem realizar o trabalho, até uma
simples raposa colocaria tudo abaixo (4.2,3). Neemias percebendo isso apenas
orava e seu povo trabalhava sem cessar (4.4-6).
As
estratégias do inimigo para barrar a obra
· Ameaça
de destruição
Passado um certo tempo, Sambalate e
seus companheiros ficaram sabendo que os reparos estavam sendo feitos e as
brechas estavam sendo tapadas, novamente, ficaram furiosos (4.7). Desta feita,
planejaram atacar Jerusalém e causar estrago e confusão (4.8,11). O motivo da
fúria era a inveja por ver que a obra estava se realizando com sucesso devido a
competência dos trabalhadores. O inimigo das nossas almas também fica desse jeito
quando vê um crente determinado prosperando na obra. Ele se levanta e articula
seus ardis para destruir o que está sendo feito e usa para isso os seus
comparsas, aqueles que lhe prestam serviço. E de que forma ele faz isso? Da
mesma forma que Sambalate, usando o desprezo para desestimular, o escárnio,
para desqualificar o serviço e a truculência para intimidar.
Diante da ameaça, Neemias e o povo,
puseram-se a orar e colocaram guardas de dia e de noite para se protegerem e
posicionou em pontos estratégicos representantes de cada famílias, armados com
espadas, lanças e arcos (4.9,13,14). Embora confiante em Deus, Neemias não foi
imprudente. Buscou se cercar de todos os cuidados para evitar surpresas
desagradáveis. Daquele dia em diante, enquanto a metade dos homens fazia o
trabalho, a outra metade permanecia armada (4.16). Vivemos em um mundo onde o
maligno atua em várias esferas. Não
podemos deixar de nos cercar de todos os cuidados possíveis e também ora e vigiar sempre, tapando todas as brechas.
· Tentativa
de intimidação
Sambalate e seus amigos ficaram
sabendo que muro havia sido edificado e todas as brechas foram tapadas (6.1).
Mandaram uma mensagem a Neemias para encontrarem-se com eles a pretexto de uma
conversa pacífica (6.2). Mas Neemias bem sabia que se tratava de uma armadilha.
Em resposta apenas disse: “Estou fazendo
uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria a obra
enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?”(6.3). Por quatro vezes
insistiram usando os mesmos argumentos e a resposta de Neemias permaneceu a
mesma (6.4).
· Falsa
acusação
Depois de esgotadas as tentativas de
atrair Neemias para uma emboscada, Sambalate enviou, pela quinta vez o seu
mensageiro que desta vez trazia uma mensagem contendo falsas acusações como
forma de intimidar Neemias. Diziam que
corria um boato de que Neemias e o povo intentavam uma revolta e por isso
reconstruíram o muro e, que Neemias pretendia tornar-se rei de seu povo e que
para isso trouxe consigo até profetas para proclamarem que havia rei em Judá e,
para concluir, Sambalate mandava dizer, a pretexto de preocupação, que
precisava conversar com Neemias antes que essa notícia chegasse até o rei (6.7).
Uma estratégia militar muito conhecida
é que, se você não pode contra seu inimigo, alie-se a ele. Porque fingindo-se
de amigo, descobre-se mais facilmente os seus pontos fracos e torna-se mais
fácil a sua destruição. Essa foi a estratégia de Sambalate que só não deu certo
porque Neemias não era um crente imaturo e não perdeu o foco com conversa
infrutífera. Já foi logo desmascarando aquela farsa (6. 8). Depois, pôs-se a orar e pedir forças ao
Senhor (6.9b) pois muitas eram as suas provações. Continuou trabalhando e não
se deteve pela insistência de Sambalate pois bem sabia com quem estava lidando.
A mentira é uma arma destrutiva e suas consequências são avassaladoras, por
isso o inimigo se utiliza tanto dessa estratégia para destruir vidas e
ministérios ainda em nossos tempos. Neemias nos ensina que não devemos dialogar
com a mentira, pois ela não merece crédito e é de procedência maligna.
· Induzir
ao engano
O inimigo é persistente e não desiste.
Quando não dá certo de um jeito, tenta de outro. Certa feita, Neemias foi a casa
do profeta Semaías que estava trancado porta adentro e disse em tom de
preocupação: “vamos juntamente à Casa de
Deus, ao meio do templo e fechemos as portas do templo porque virão matar-te.
Aliás, de noite virão matar-te” (6.10). Pela fala, Neemias logo percebeu
que Semaías não fora enviado por Deus (6.12) pois o incitara a praticar atos
que contrariavam a Lei, porque não era permitido a ele adentrar em lugar
Santíssimo no templo (Nm 18.7). Além disso, o levava a agir como se fora um
covarde, ou criminoso que procura se esconder.
Pelo conhecimento que tinha da
Palavra, Neemias percebeu a armadilha e reconheceu que Semaías fora corrompido
pelos seus inimigos. Desta vez, a estratégia era levá-lo a pecar contra a
Palavra de Deus e manchar a sua integridade. Quantos falsos mestres estão por aí, atraindo
multidões com mentiras e conduzindo-as ao erro e à morte espiritual? Por isso o crente precisa conhecer a Bíblia e
munir-se de todas as armaduras de Deus para o enfrentamento de dias maus (Ef
6.11). Acerca disso, Deus declarou: “O
meu povo i está sendo destruído por que lhe falta conhecimento” (Os 4.6) em Jesus
complementou dizendo: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”
(Mt 22.29).
Missão
Cumprida
“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e
cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (
6.15)
Apesar das muitas oposições, Neemias completou a obra de
restauração do muro de Jerusalém no prazo de cinquenta e dois dias. Diante
desse fato, Sambalate e seus amigos muito se entristeceram pois perceberam que
haviam sido derrotados em seus intentos e também porque reconheceram que houve
a intervenção de Deus na obra realizada (6.16). Não tinham mais o que falar
pois era evidente o fato de que as mãos de Deus estavam sobre Neemias.
Conclusão
Este texto nos revela que o segredo da
vitória é uma vida de oração e entrega ao Senhor. Neemias orava em todas as
ocasiões e Deus o conduzia a agir com sabedoria e coragem, dando-lhe
estratégias e livramentos e condições para a realização da obra. Ele recebeu a
incumbência de restaurar os muros de Jerusalém e o fez movido pela certeza de
que as mãos do Senhor estavam sobre ele. Mas mesmo ciente de que a obra era do
Senhor, enfrentou oposições e muitas dificuldades. As estratégias do inimigo têm
por objetivo paralisar não só a obra, mas também, destruir a nossa fé pelo
cansaço, pela intimidação e pelo engano. Mas se perseverarmos e continuarmos
firmes no trabalho que nos foi proposto realizar, certamente seremos bem
sucedidos, assim como o foi Neemias.
Sonia Oliveira
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Deus seja louvado em todo tempo! Cada atitude de levar a palavra do Senhor às vidas, e razão de glorificarmos o Senhor nosso Deus!!!
ResponderExcluirMuitos bens a vcs pôr iniciativa gloriosa. Que nosso bom e amado Deus esteja sempre com vocês!!!❣️❣️❣️