O Rei Espinheiro
“Deus julgará o justo e o ímpio;
porque há um tempo para todo intento
e para toda obra”
( Ec.3:17)
porque há um tempo para todo intento
e para toda obra”
( Ec.3:17)
Reflexão sobre o Tema (Juízes 8 e 9)
Abimeleque, filho ilegítimo de Gideão, nutria a rejeição imposta pela família de seu pai e de seus setenta irmãos. Foi criado longe de seu pai, mas acompanhava de longe a sua projeção no meio do povo que queria colocá-lo como rei de Israel. Abimeleque se tornou ambicioso e quando seu pai morreu requereu pela força ocupar o lugar que julgava ser seu por direito. Não se deteve diante dos impedimentos e conseguiu chegar onde queria. No entanto, para conseguir a sua vitória teve que eliminar todos os seus concorrentes. Nesse caso, os concorrentes eram seus irmãos, mas ele nem se importou. Utilizou de meios escusos para obter o que desejava.
Abimeleque foi fruto de uma relação proibida, não abençoada. Sofreu as consequências das atitudes erradas de seu pai. Foi rejeitado e em seu coração se desenvolveu a semente da inveja e da ambição desmedida. Tornou-se uma pessoa fria, mesquinha e má. Por isso foi considerada, de acordo com a parábola narrada por Jotão, seu irmão mais moço - único sobrevivente da chacina contra a vida de seus irmãos, como um espinheiro.
Dessa história se pode extrair grandes ensinamentos. Analisando sob a ótica psicológica, a parábola de Jotão nos possibilita um entendimento de que, assim como o fruto é resultado das peculiaridades da árvore da qual procede e que não há como ser diferente, assim também, no tocante a condição humana, cada um produz conforme a motivação que há em seu coração e estas motivações são decorrentes das experiências humanas que vão ao longo de uma existência inteira dando um formato a cada indivíduo.
Quando Jotão se referiu a seu irmão Abimeleque como espinheiro, estava comparando-o a uma árvore que não produz frutos bons, mas que ao contrário, oferecia perigo aos que se achegassem a ele. E isso ficou claro pelo que fizera a seus irmãos. Com isso ele tentava alertar o povo quanto ao erro que haviam cometido colocando-o como rei, na expectativa de que cumprisse com as promessas de campanha política que fizera para conseguir o apoio necessário para chegar onde pretendia e que de fato conseguiu. Três anos de governo foram o suficiente para o povo percebesse o erro que haviam cometido. Que atitude se poderia esperar de alguém sem o menor escrúpulo, disposto a qualquer coisa para obter vantagens? Nenhum compromisso, certamente tinha senão consigo mesmo. Essa é a motivação, infelizmente, de muitos que estão ávidos pelo poder. Sejamos prudentes, amém queridos!
IMAGENS ESPECIAIS
PLANO DE AULA
Tema:
Abimeleque: Ambição sem Limites
Texto-Base: Juízes 8 e 9
Versículo
para Memorizar : “Deus
julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo intento e para toda
obra” ( Ec.3:17)
Objetivos
Conhecer
a história de Abimeleque e refletir sobre a conduta de pessoas que ocupam
cargos de liderança e que deveriam servir de exemplo, no entanto, em alguns
casos, motivados pelo orgulho, pela ambição,
agem sem nenhum escrúpulos, sem medir as consequências de seus atos,
atropelando quem estiver pela frente para chegar ao poder. Ao escolher um representante, há que se
conhecer, primeiramente, as suas obras, o seu trabalho, aquilo que ele faz de
concreto, e não apenas o que diz que vai fazer, porque muitos mentem. E quem
mente, não tem compromisso com ninguém senão consigo mesmo.
Introdução
Gideão
foi comissionado por Deus a exercer o mandato de juiz em um período em que os
Israelitas estavam sendo subjugados pelos midianitas (Jz. 6.11-40). Exerceu o seu governo por um período de
quarenta anos e nesse período teve paz. Foi um homem prudente e corajoso (Hb.
11:32) e por essa razão o povo quis colocá-lo na posição de soberano, mas ele
recusou (Jz. 8:22-23). Ao final de sua trajetória como líder teve algumas
atitudes contraditórias, porque embora tenha recusado as honrarias, a vaidade
entrou em seu coração e começou a agir como se fosse um rei. Mandou fazer para
si um manto (éfode- Ex.28:6) com mais de vinte quilos de ouro que despertou no
povo a idolatria.
Esse
tipo de traje era reservado às funções sacerdotais e ele não tinha a permissão
de Deus para usá-las (Jz. 8:24-27). Além disso, apesar de ter muitas esposas e
com elas ter tido setenta filhos (Jz. 8:30),
envolveu-se com uma concubina de Siquém com a qual teve um outro filho
de nome Abimeleque (Jz. 8:31). Com essa atitude, ele abriu precedentes para que
a prostituição voltasse a fazer parte da vida de seu povo, e não apenas a
prostituição física como também a prostituição espiritual (Jz. 8:27) por meio
da idolatria. Além, disso, não se deu conta de que seu filho ilegítimo nutria
em seu coração uma ambição desmedida que trouxe consequências terríveis para a sua família. Após sua morte, tem início uma briga pelo
poder. Essa é a história que vamos ver nesse estudo.
Procedimentos
Durante
a narrativa utilizar como recurso elementos visuais que possibilite o imaginário da criança. Nesse caso, o
importante é dar ao movimento a idéia de uma ação, como uma encenação. A
entonação na fala é muito importante para liberar a imaginação.
Contação de História
A Ambição de Abimeleque
Depois
da morte de Gideão o povo sem liderança, começou a se prostituir e praticar
idolatria (Jz. 8:33). Dos setenta filhos (Jz.8:30), nenhum, exceto Abimeleque,
o filho ilegítimo (Jz.8:31), requereu o poder. Ele fora criado longe da família
de seu pai e por isso, se sentia excluído, mas julgava-se no direito de lutar
pela posição que fora de seu pai. Sabia que não teria apoio para colocar em
prática o seu plano de ascensão ao poder senão em Siquém, onde morava a família
de sua mãe. Assim, procura fazer uma aliança com esse povo.
O Discurso em Siquém - Lançamento da
Campanha
Em seu dicurso,
Abimeleque ressaltou ao povo de Siquém, que melhor seria ele no poder do que os
setenta filhos de seu pai. Fez apelo aos laços de sangue que os unia e lembrou
que enquanto Gideão estivera no poder, nenhuma expressão tiveram, mas que
agora, com ele na liderança, isso poderia ser mudado (Jz. 9:2). Essa eloqüente
retórica os sensibilizou e decidiram apoiá-lo (Jz.9:3).
O Financiamento da Campanha
Abimeleque
precisava de recursos e então conseguiu o financiamento junto ao povo, que lhe
deu setenta peças de pratas (Jz.9: 8).
Esses valores eram provenientes de consagrações aos deuses pagãos, mas isso não
importava a Abimeleque, homem sem o menor escrúpulo, disposto a fazer qualquer coisa
pelo poder.
A Eliminação dos Adversários
Com
os recursos provenientes das doações, Abimeleque contratou homens
inescrupulosos (Jz. 9:4) que participaram de uma chacina que eliminou de uma só
vez, seus sessenta e nove irmãos (Jz.9:5). Ou seja, eliminou a concorrência.
Porém, não percebeu que seu irmão Jotão havia escapado e fugido. Após esse
lamentável episódio, o povo de Siquém o elegeu rei (Jz 9:6).
A Parábola da Árvore
Jotão
subiu ao Monte Gerizim, lugar onde foram proclamadas bênçãos sobre Israel, e lá
de cima, amaldiçoou Siquém e Abimeleque. Clamou ao povo que lhe desse ouvido a
respeito do que iria dizer. Usou uma parábola que dizia o seguinte. Certa vez,
as árvores resolveram escolher um rei. Reuniram-se e para ungir a escolhida.
Perguntaram
a oliveira se ela queria ser a
escolhida, porém, ela estava muito ocupada produzindo o azeite tão usado por
Deus e pelos homens. Foram então perguntar à figueira, mas esta também não quis porque estava ocupada produzindo
seus frutos. Então foram até a videira, que
também não quis porque estava muito ocupada na produção do vinho. Finalmente,
todas as árvores se voltaram para o espinheiro
e perguntaram se ele queria ser o rei. Ele disse que, se fosse feito rei,
as convidaria para refugiarem-se debaixo de sua sombra, porém, se assim não o
fizessem, lançaria fogo sobre todos os cedros do Líbano.
A Mensagem Implícita
A
mensagem que Jotão queria transmitir ao povo era que a árvore se conhece pelo
fruto. Uma árvore boa produz frutos bons, porém, o que se espera de uma árvore
como o espinheiro? Certamente cedo ou tarde os ferimentos causados por seus
espinhos seriam notórios. Com esse recurso, queria levar o povo a refletir
sobre a pessoa de Abimeleque. Se ele fora capaz de matar seus irmãos de forma
tão hedionda, o que não faria com eles quando não fossem mais úteis? E quanto
aos frutos de seu meio-irmão, alertava, não seriam semelhantes aos espinhos? Lembrou-lhes de tudo o que fizera Gideão ao
povo e o quanto ingratos estavam sendo aliando-se a um homem sem escrúpulos,
levando apenas em conta os laços de parentesco. Lembrou-lhes de que uma aliança
dessa natureza certamente traria resultados desastrosos para ambas as partes. Dito
isto, fugiu para Beer, temendo as investidas de Abimeleque (Jz. 9:7-21).
A Conspiração de Gaal
Passados três
anos, Deus permitiu que pairasse sobre o povo o espírito de divisão. Logo, começaram a insurgir
levantes contra o governo de Abimeleque. Gaal,
conquistou a simpatia do povo de Siquém, e começou lançar uma campanha
em seu favor a fim de substituir Abimeleque no poder. A notícia dessa
insurreição chegou até Abimeleque, deixando-o enfurecido. Pegou seus
homens e partiu em direção a cidade de Siquém, cercando-a. O povo temeroso refugiou-se nas fortificações do templo pagão e então,
Abimeleque subiu até os montes, trouxe galhos secos e colocou-os ao redor da fortificação e ateou
fogo. Todos morreram (Jz. 9:22-33).
Morte Desonrosa
Saindo
de Siquém, Abimeleque e seus homens cercaram um vilarejo próximo, Tebes, e
procederam de forma semelhante, pois também, lá havia rebeldes. O povo também,
se refugiou nas fortificações do templo. Tal como fizera anteriormente,
Abimeleque se preparava para atear fogo quando uma mulher de uma das torres
lançou sobre ele uma mó (pedra) e ele teve seu crânio quebrado. Porém, embora
ferido, não perdeu a consciência e, envergonhado da situação, pediu a um de
seus soldados para atravessar-lhe uma espada no peito, para que se não dissesse
que fora morto pelas mãos de uma mulher. Assim, se cumpre a justiça de Deus
pela morte dos filhos de Gideão
(Jz.9:50-56). Os culpados foram consumidos pela própria violência que havia em
seus corações.
Conclusão
Abimeleque
é a personificação de políticos descompromissados com a verdade, cuja
plataforma política é desprovida de compromisso com o eleitor. O eleitor nesse
caso é apenas um trampolim para ele chegar ao poder. A sua política é levar
vantagem sempre, não importando os meios
que tenha que usar. Usam uma retórica convincente que o coloca em lugar de
evidência. O povo simples é levado a escolher seu candidato motivado pelos
estereótipos criados pela mídia. Muitas das vezes, sequer sabem, na verdade, em
quem estão votando. O resultado é catastrófico. É preciso haver maior
conscientização política e maior comprometimento da imprensa com a verdade,
para que esta triste estatística mude em nosso país.
Sonia Oliveira
Veja aqui alguns dos Estudos disponíveis no Arquivo do blog:
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- Juizes - Período Teocrático
- Sansão - Exemplo de Imaturidade
- Gideão - Um Homem Revestido de Poder
- Abimeleque - Ambição Sem Limites
- José do Egito
- Josué e Calebe - Enfrentando o Gigante do Medo
- Josué - A Derrota de Ai
- Palavra de Deus - Uma Mensagem Transformadora
- Evangelizar é Preciso!
- A Vontade Soberana de Deus
- O Espírito Santo a Terceira Pessoa da Trindade
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- Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 2
- Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 3
- Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 4
- Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 5
- Epístola aos Colossenses (Vídeo) - Introdução
- Santificação