Texto Bíblico: Jó
1.6-12; 2.1-6
Introdução
O livro de Jó trata sobre um dos grandes
questionamentos acerca do motivo pelo qual Deus, sendo justo e amoroso, permite
que pessoas íntegras e justas tais como Jó (1.1,8) sofram tanto. Há alguns segmentos teológicos que defendem a
ideia de que o sofrimento e a
pobreza são incompatíveis com a vida
cristã e se isso acontece, é porque há pecados ocultos envolvendo a vida da
pessoa. E esse é também o principal
argumento que os amigos de Jó vão defender para justificar a tese que levantam
na tentativa de encontrarem uma resposta plausível para o sofrimento de Jó. Mas,
qual é a explicação real para esses fatos? Neste breve estudo, pretendemos refletir sobre
essas questões e esperamos poder contribuir para um melhor entendimento acerca
de um tema tão apropriado para os nossos dias.
Autoria: Não
se tem certeza, mas há estudiosos que defendem ser Moisés
Contexto histórico de
Jó
Há quem
diga que essa história é uma lenda, que serve apenas como ilustração para
tratar sobre o tema em questão. Porém há indícios históricos de que Jó existiu
de fato. Além disso, a própria Bíblia
traz outras referências que corroboram essa narrativa. E uma delas, no Antigo
Testamento, Deus faz menção a Jó, colocando-o na mesma posição que Daniel e
Noé, no que diz respeito a sua retidão (Ez 14.14,20). Em outra passagem, no Novo Testamento, Jó é mencionado como
exemplo de paciência em meio à tribulação (Tg 5.11). O Apóstolo Paulo afirma que tudo o que antes fora escrito
na Bíblia (A.T) serve para o nosso ensino, para que, “pela paciência e
consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Rm 15.4). Se fosse lenda, que
benefício essa história nos traria? Não há dúvidas, portanto, tratar-se de uma situação
real.
Localização
Geográfica
Com
relação aos estudos feitos por historiadores, não há um consenso quanto a
localização exata da região, porém, não resta dúvidas que de fato Uz, cidade
mencionada na Bíblia existiu. De acordo
com as informações obtidas, Jó viveu na época dos patriarcas (Abraão, Isaque e
Jacó), aproximadamente em torno de 2100-1800ª.C, na terra de Uz. A maioria dos eruditos acreditam que Uz ficava a sudeste da Palestina e do Mar
Morto, ou ao norte da Arábia, próximo a Edom (Lm 4.21). Há, porém, outros, que
acreditam que Uz ficava ao nordeste do Mar da Galileia, na direção de
Damasco.
Vida Pessoal de Jó
O autor
do livro inicia a narrativa descrevendo o personagem desta história, como sendo
um homem sincero, reto e temente a Deus, que se desviava do mal (1.1). Fala
ainda sobre a sua vida familiar. Ele tinha sete filhos homens e três mulheres
(1.2). Seus filhos promoviam grandes festas, ora na casa de um, ora na casa de
outro e assim, comiam, bebiam e se alegravam (1.3). Jó era um pai zeloso e se
preocupava com a vida espiritual de seus filhos, a ponto de, logo após
decorridos esses períodos de banquetes, ele se levantava de madrugada e
oferecia sacrifícios a Deus, segundo o número de seus filhos, porque temia que
estes, de alguma forma pudessem ter cometido algum pecado contra o Senhor
(1.5).
Aplicação: Os
filhos de Jó representam os filhos de crentes que não têm compromisso com Deus.
Levam a vida do jeito que bem entendem, sem nenhuma preocupação senão a
satisfação de seus prazeres. Jó, um homem temente ao Senhor, logicamente,
intercedia pela vida de seus filhos. Porém, a salvação é individual. Cada um
dará conta de si mesmo diante do Senhor. Não é pelo fato de um pai ou uma mãe
ser serv0(a) de Deus que seus filhos estarão isentos de responsabilidades. Por
isso, além de interceder por nossos filhos, devemos sim, instruí-los nos
caminhos retos do Senhor e quando se fizer necessário, repreendê-los sim, pelos
seus atos para que eles tenham a oportunidade de endireitar seus caminhos
enquanto ainda há tempo. No caso dos
filhos de Jó, não houve tempo, foram surpreendidos por um vento forte que
interrompeu seus sonhos.
Vida Financeira de Jó
A
Bíblia descreve Jó como um homem de muitas posses. Ele tinha sete mil ovelhas, três mil camelos e
quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Havia muitas pessoas
trabalhando para ele de forma que era, na sua época, o mais rico de todo o
Oriente (1.3).
A Acusação de Satanás
O
próprio Deus testifica sobre Jó dizendo que não havia ninguém na face da terra
que se assemelhava a ele, pois era homem sincero, reto e temente a Deus e que
se desviava do mal (1.8b). Ao ouvir tal declaração, Satanás, reagiu, como era
de se esperar, dando início a um discurso de acusação. Segundo a sua teoria,
havia uma relação baseada em interesse da parte de ambos. Por um lado, declarou
que a adoração de Jó não era sincera pois somente se dava porque recebia certas
vantagens pessoais de Deus. Por outro lado, Satanás insinua que Deus obtinha a devoção
de Jó por meio de concessões de bênçãos e subornos.
“10 Será que não é por interesse próprio que Jó te teme? 10Tu
não deixas que nenhum mal aconteça a ele, à sua família e a tudo que ele
tem. Abençoas tudo o que Jó faz e no
país inteiro, ele é o homem que tem mais cabeça de gado. 11Mas, se
tirares tudo o que é dele, verás que ele te amaldiçoará sem nenhum respeito”
(1.9-11 NVI).
O que
Satanás estava dizendo é que Deus era ingênuo por não perceber que a Jó somente
o adorava por interesse e que, se Ele retirasse tudo de Jó, ele o amaldiçoaria.
O que podemos entender com essa afirmativa é que Satanás está afirmando que o
amor ao dinheiro é maior do que o amor a Deus. E que as pessoas somente buscam
a Deus por interesse, não pelo que Ele é, mas sim pelo que Ele pode fazer.
Satanás
ao emitir seu julgamento, não considerou os atributos de Deus. Deus sonda e
conhece o coração do homem e sabe o que pensa o que sente... (Sl 139). Deus
sabia quem era Jó e não titubeou em deliberar autorização para que a fidelidade
de Jó fosse provada. Disse o Senhor a Satanás “ Pois bem, faça o que quiser com tudo o que Jó tem, mas não faça nenhum mal a ele
mesmo” (1.12).
O Início das Aflições de Jó
Deus
liberou Satanás a tocar em todas as áreas da vida de Jó, menos nele mesmo. Com isso, Deus está impondo limites a Satanás,
ou seja, ele não pode nada além do que Deus permite. Tão logo recebe permissão,
Satanás parte para cima de Jó com toda a fúria possível. Ele usou se utilizou de algumas estratégias para levar Jó a ruína em um só dia. Enviou os
Sabeus, que atacaram a fazenda e levaram
tudo, deixando rastro de mortes para trás (1.15). O “fogo de Deus”, faz
referência aos raios que atingiram as ovelhas e os pastores, e só um sobreviveu
para levar esta notícia a Jó (1.16). Enviou também os Caldeus que se dividiram
em três bandos e atacaram o rebanho e levaram os camelos, matando a espada os
empregados (1.17). E por fim, enviou um vento forte vindo do deserto (provavelmente
um furação) que soprou sobre a casa do filho mais velho de Jó onde estavam
todos festejando em um banquete, quando a casa desabou e todos morreram,
provavelmente soterrados (1.18).
Em cada
um desses episódios, sobrevivia um servo de Jó que imediatamente corria para
levar a notícia do ocorrido. Jó, tendo ouvido cada relato, levantou-se, rasgou
suas vestes, raspou sua cabeça e depois,
ajoelhou-se no chão, encostou o rosto no chão e adorou a Deus, dizendo: “Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O
Senhor deu, o Senhor o tirou, louvado seja o seu nome!” (1.20,21). Assim, cai
por terra o que Satanás havia dito, porque apesar de tudo o que aconteceu, Jó
não amaldiçoou a Deus, ao contrário,
continuou adorando-o. Jó prova que ama mais a Deus do que o dinheiro e do que a
família. Deus estava em primeiro lugar em seu coração.
Segunda Provação de Jó
No
Capítulo 2, vemos novamente, Satanás se apresentar diante de Deus, como quem
não quer nada, mas já com segundas intenções. Deus estava muito satisfeito com
a atitude de Jó. O diálogo entre os dois se estabelece e novamente Deus
enaltece as qualidades de Jó:
“Você
viu o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e tão honesto como
ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado. No entanto, você me
convenceu e eu o deixei desgraçar Jó, embora não houvesse motivo para isso.
Mesmo assim, ele continua firme e sincero como sempre” (2.3 NVI).
Satanás é obstinado e começa com suas
insinuações novamente. Desta vez o alvo dele é Jó. Satanás diz que quando uma
pessoa tem saúde, é fácil adorar a Deus, mas Jó, certamente blasfemaria se ele
o tocasse. Conhecendo o coração de Jó, Deus o autoriza a tocá-lo (2.4,5). E,
imediatamente, Satanás fez com que o corpo de Jó ficasse coberto de feridas horríveis,
da cabeça a planta dos pés (2.6). O corpo de Jó estava cheio de bolhas que lhe
provocavam dores. Certa feita, estando ele sentado sobre um monte de cinzas,
pegou um caco para estourar as bolhas e para se coçar.
Sua esposa, aproximando-se e vendo-o naquele
estado ficou perplexa e disse: “Como pode
ainda assim continuar mantendo a integridade? Amaldiçoa o seu Deus e morra”
(2.9). Sem que ela se desse conta,
Satanás havia colocado em sua boca, exatamente o que ele pretendia que Jó
fizesse. Porém, Jó respondeu-lhe: “você
fala como uma doida. Se recebemos coisas boas de Deus, por que não vamos
aceitar também o mal” (2.10). Assim, Jó prova que ama mais a Deus do que a
si mesmo. Mais uma derrota para Satanás.
Os
Amigos de Jó
Os amigos de Jó tendo ouvido sobre tudo o que
havia sucedido, combinaram entre si de irem visita-lo e cada um, vindo de um
lugar diferente, marcaram para se encontrar e irem juntos levar consolo ao
amigo que estava sofrendo. Eram eles Eliafaz, Bildade e Zofar. Vendo Jó de
longe, não o reconheceram, mas, ao se aproximarem perceberam ser ele mesmo
então, começaram a gritar e a prantear. Em sinal de tristeza, rasgaram suas
roupas e jogaram pó para o ar e sobre suas cabeças. Aproximaram-se, sentaram-se
no chão ao lado de Jó e permaneceram em silêncio por sete dias e sete noites diante
do quadro de sofrimento que estavam presenciando (2.11-13).
O Sofrimento Visto por Ângulos Diferentes
Em dado momento, o silêncio foi interrompido
por uma sequência de diálogos onde os amigos de Jó tentavam teologizar a situação apontando
possíveis fatos que justificassem o sofrimento pelo qual ele estava passando.
Argumentos
dos Amigos de Jó
Os argumentos dos amigos de Jó contêm graves
erros teológicos. Eles partem do pressuposto que se o justo é poupado dos
revezes da vida e que está isento do
sofrimento. E que a raiz de todo o mal
que sobreveio sobre Jó seria, certamente, devido a algum pecado por ele
cometido. Jó alega inocência. Reconhece-se como pecador, mas que a sua vida era
pautada em retidão diante do Senhor. Mas essa justificativa não intimida os
amigos que investem contra Jó as mais pesadas acusações, chamando-o de adúltero,
ladrão de órfãos e viúvas, de hipócrita
e louco, por não reconhecer a própria culta e não confessar ao Senhor a fim de
que Ele o restaurasse por completo. Zofar ainda alega que Deus estava sendo
misericordioso com Jó, porque ele merecia coisa pior diante da gravidade de
seus erros. (4.7). Elifaz adverte Jó a procurar a Deus e diz que se estivesse
no lugar dele, certamente faria o mesmo (4.8-16) e que Jó, não deveria
desprezar a disciplina do Todo Poderoso (4.17-27).
Aplicação:
Jesus não nos enganou dizendo que viveríamos
em um mar de rosas, muito pelo contrário, Ele mesmo disse que se quiséssemos
segui-Lo, deveríamos tomar a Cruz - simbolizando o sofrimento, (Mt 16.24), e que no mundo o justo teria
aflições, mas nos confortou para que tivéssemos bom ânimo, pois Ele venceu o
mundo (Jo 16.33) e estaria conosco até o final dos tempos (Mt 28.20). Se
considerarmos a vida dos Apóstolos, todos passaram por lutas e perseguições,
por privações e provaram sua fé em meio aos combates. Por que seria diferente
conosco? Deus não impediu que Daniel fosse jogado na cova dos leões, mas esteve
com ele na cova para manifestar a sua glória. Também, não impediu Mizaias,
Azarias, Ananias de serem lançados na fornalha, mas Ele estava lá com eles, era
o quarto homem ali presente. Ás vezes, Deus não nos livra dos problemas, mas
através das adversidades, Deus prova a nossa fidelidade.
O
Desespero de Jó Diante das Acusações
Jó estava já em desespero diante dessa
avalanche de acusações infundadas. O seu estado emocional se desintegrou e ele
desejou a morte. Ele não se achava perfeito, mas negava as acusações que lhe
eram proferidas, porque sabia não merecê-las. Diante de Deus ele procurava ser
justo e reto e por isso, não compreendia o motivo de seu sofrimento e
questionava a Deus: Porque te escondes de mim? Porque me tratas como a um
inimigo? (13.24). Perguntava ao Senhor “quantas
faltas e pecados cometi ? De que erros e pecados estou sendo acusado?”(13.23
NVI). Por dezesseis vezes ele repetiu, “por que, Senhor?”. Mas Deus permanecia em
silêncio. Ele, em seu desespero e angústia lamentou o fato de ter nascido e
desejou a morte. Levantou aos Céus cerca de trinta e quatro queixas porque
considerava que Deus o estava punindo injustamente. Ele queria respostas, mas
não as obteve para seu desespero.
Aplicação:
Nem sempre Deus se pronuncia para nos dar
satisfação sobre o que Ele está fazendo e o porquê disso ou daquilo. Enquanto ele está em silêncio, a nossa fé é forjada. O silêncio de Deus indica que Deus está
trabalhando em nosso favor e que não é hora dEle se manifestar, por razões que
não nos compete saber. Mas quando a obra que Ele está realizando se completar,
então saberemos que a longa espera terá valido a pena, que não foi em vão,
porque o que Deus tem para nossas vidas é infinitamente maior do que almejamos.
(Is 55.8,9).
Deus
Rompe o Silêncio e Mostra a Jó Sua Grandeza e Sabedoria
A partir do Cap 38, Deus rompe o silêncio e
se manifesta a Jó, em meio a um redemoinho (v 1). Em outras versões vai dizer
que, no meio da tempestade. Ou sejam, em meio ao turbilhão de situações
adversas, quando tudo parecia não fazer sentido, Deus aparece majestosamente e
questiona Jó se ele sabia quem era o Deus a quem servia. Porque, muitas vezes,
olhamos para o gigante que se levanta contra nós e nos esquecemos do tamanho do
Deus a quem servimos
Deus inicia o diálogo mostrando que Jó estava
fazendo um julgamento equivocado acerca do Deus a quem servia. Disse-lhe: “As suas palavra só mostram a sua
ignorância, quem é você par pôr em dúvida a minha sabedoria?”(38.2). Muitas
vezes, julgamos que Deus precisa de ajuda e nos propomos a dar solução para
determinada situação, como se Ele não soubesse o que e o porquê de agir desta
ou daquela forma.
Deus pede a Jó que o avalie pela extensão de
suas obras. O Salmista diz que “Os Céus
declaram a glória de Deus e o firmamento
proclama a obra feitas pelas suas mãos” (Sl 19.1), portanto os homens são
inescusáveis em negar a glória de Deus (Rm 1.20). E nesse Capítulo, Deus se declara
a Jó em toda a sua majestade dizendo: “Onde
você estava quando eu lancei os fundamentos da terra? Quando eu espalhava as
estrelas no céus; quando eu cercava as águas do mar para elas não invadirem a
terra. Me explica Jó, onde fica o reservatório do vento; Você sabe de onde vem
a luz e qual a origem da escuridão?
O profeta Isaías declara que Deus é aquele
que sustenta o Universo na palma de sua mão, que conhece cada estrela pelo seu
nome e quando as chama elas se apresentam diante dEle; Que a sua sabedoria não procede de
conhecimentos humanos; que todas as nações são como uma gota de água que cai do
balde e todas elas não são nada diante dEle.
Que uma ilha para Ele é como um grão de areia (Is 40). Você tem noção da
grandeza desse Deus a quem você serve?
A esta altura, Jó é quem estava em silêncio.
Não tinha respostas e foi se encolhendo diante da grandeza, soberania e
majestade de Deus. Jó reconheceu os seus limites e pode ver, com seus olhos o
tamanho do Deus a quem ele conclui que só conhecia de ouvir falar, mas que
agora contemplava com seus olhos a sua grandeza (Cap 42) e concluiu dizendo: “Eu reconheço que para Ti nada é impossível e
que nenhum de seus planos podem ser impedidos” (42.2). Jó fica envergonhado diante de Deus por
tudo o que havia dito (v 6).
Deus
Reverte a Situação de Jó
A Bíblia nos ensina que devemos orar pelos
nossos inimigos e os que nos caluniam (Mt 5.44). A sorte de Jó foi mudada a partir do momento
que ele se pôs a orar pelos seus amigos (42.10). Jó se compadeceu da ignorância
deles pois depois da experiência que teve com Deus, tudo ficou tão pequeno. Ele
demonstrou ter um coração manso e piedoso. Enquanto Jó orava, Deus foi visitar os amigos
dele e os repreendeu duramente não só pelo julgamento errado que fizeram acerca
de Jó como também, pelas inverdades teológicas que pregaram.
Na sua presunção, se arvoraram como juízes.
Foram arrogantes, maldosos e não tiveram compaixão do sofrimento de Jó. Eles se
julgavam sábios e profundos conhecedores das coisas de Deus, porém, estavam
equivocados, e o pior de tudo é que não praticavam a verdadeira religião que é
o amor ao próximo. Eles disseram muitas
inverdades sobre Jó e colocaram sobre ele um peso desnecessário quando deveriam
apenas consolá-lo em sua dor. Há momentos que palavras são desnecessárias, mas
as atitudes sim, fazem a diferença.
Então, Deus diz que não aceitaria a oração
deles, somente as intermediadas por Jó. A Bíblia diz: “Sabemos que Deus não ouve a oração do pecador, mas ouve ao homem que o
teme e pratica a sua vontade” (Jo 9.31). Por isso, se faz necessário que
oremos pelos que ainda não foram alcançados pela graça salvadora do nosso
Senhor Jesus Cristo. Por meio de nossas orações, Deus opera na vida dos
pecadores. Jó é restituído em dobro de tudo quanto havia perdido enquanto orava
pelos seus amigos. Pessoas vinham de longe, parentes, amigos, para visita-lo e
contemplar o que Deus havia feito em sua vida.
Levavam consigo presentes, dinheiro e ouro, e
“assim, abençoou o Senhor o último estado
de Jó, mais do que o primeiro, porque teve catorze mil ovelhas e seis mil
camelos e mil juntas de bois e mil jumentas” (42.12). Também a vida
familiar de Jó foi abençoada, o casamento restaurado e ele teve sete filhos e
três filhas e não havia em toda a terra moças mais belas que suas filhas
(42.15). Talvez você esteja se
perguntando, como Deus devolveu em dobro, se ele teve apenas dez filhos ao todo
porque os outros haviam morrido. A resposta é simples. O Pastor Hernandez Dias
Lopes disse acertadamente, que filhos não se perdem, porque sabemos onde estão
e com quem estão. Portanto, filhos se acrescentam, e não diminuem.
Conclusão
Jó nem de longe imaginava o real motivo de
seu sofrimento. Ele foi provado como ouro, para depois ser aprovado. Havia um
propósito de Deus em todo o sofrimento que passou. Deus é um Deus de propósitos.
Caiu por terra todas as teses de Satanás que no início do livro insinuou que o
homem seria incapaz de ter um
relacionamento com Deus sem nenhum interesse. Que toda adoração a Deus é
decorrente de uma relação de troca benefício.
Insinuou que Jó amava mais o dinheiro do que a Deus; que amava mais a
família do que a Deus; e que amava mais a si mesmo do que a Deus. Sem saber que
estava em cheque uma questão tão relevante, Jó demonstrou que o verdadeiro
adorador adora Deus não pelo que Ele faz, mas pelo que Ele é. Deus está à procura de verdadeiros
adoradores, daqueles que o adoram em espírito e em verdade (Jo 4.23). Que esta
mensagem possa despertar em nós a essência da adoração. Sonia Oliveira
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