“O Senhor está convosco enquanto vós estais
com ele, e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (2Cr 15.2b).
INTRODUÇÃO
O Apóstolo Paulo em sua Epístola aos romanos escreve que: “tudo o que dantes foi escrito, para o nosso
ensinamento foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras,
tenhamos esperança” (Rm 15.4).
A história de Asa nos oferece elementos
riquíssimos para refletirmos sobre as nossas fragilidades humanas e sobre a
difícil tarefa de permanecermos fiel a Deus durante a nossa caminhada. Asa teve
altos e baixos em sua relação com Deus, assim como pode ocorrer com qualquer um
de nós. Mas o texto nos ensina que, a presença do Senhor em nossa vida é
condicional ao nosso relacionamento com Ele.
A primeira fase do
relacionamento de Asa com Deus
“E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor, seu Deus; porque tirou os altares dos deuses estranhos os altos, e quebrou as estátuas e cortou os bosques.” (2Cr 14.2,3).
Durante os reinados de Roboão (Cap. 12) e Abias
(Cap 13; 1Rs 15.1-8), a apostasia se
instaurou em Israel. A nação, contaminada pelo paganismo erigiu estátuas e
construiu pontos para cultuar os deuses pagãos (1Rs 14.21-24;15.3). Ao assumir o reinado, Asa não só combateu a
idolatria, como também, destruiu os ídolos e conclamou Judá a buscar a Deus e a
obedecer aos seus mandamentos (vv.3-5). Trazendo essa questão para o contexto
da vida cristã, essa deve ser a postura de um líder espiritual, daquele que tem
sob si a incumbência de cuidar de um rebanho. A apostasia hoje, tem alcançado
níveis alarmantes e, muitos apóstatas, inclusive, permanecem dentro da Igreja
cumprindo ritualismo religioso, sem contudo, prestar culto a Deus.
Precisamos de um grande avivamento para que a Igreja seja
despertada. O texto mencionado nos aponta o caminho para que ocorra uma
renovação espiritual na vida do povo de Deus: primeiro, destruirmos todo tipo
de idolatria, tudo o que ocupa o lugar de Deus em nossas, vidas, ou seja, tudo
o que priorizamos mais que Deus, que nos
distancia dEle; segundo, buscarmos mais
a presença do Senhor, através da oração e meditação diária na Palavra, pois sem
a Palavra não tem como haver avivamento, e o que chamam de tal, não passa de
movimento; terceiro, a Epístola de Tiago nos adverte para que
sejamos “cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes” (Tg 1.22a), o que
significa viver sem falsidade, viver em retidão e coerência, colocando em
prática o que a Bíblia nos ensina.
Resultado de uma vida
com Deus: Paz e Prosperidade
“Disse, pois, Judá:
Edifiquemos estas cidades e cerquemo-las de muros, torres, portas e ferrolhos,
enquanto a terra ainda está quieta diante de nós, pois, buscamos ao Senhor,
nosso Deus; buscamo-lo e deu-nos repouso em redor. Edificaram, pois, e prosperaram” (v.7).
Durante dez anos, Asa fez o que era reto diante do Senhor e
Judá prosperou grandemente. Nesse período, uma invasão poderosa foi repelida porque
Asa invocou ao Senhor (14.8-15). Seguiram-se mais reformas (15.1-9) e uma
renovação da aliança no 15º ano de seu reinado (15.10-18). E assim, desfrutou
de paz até seu 35º ano (15.19). Podemos
extrair grandes lições espirituais desse texto: primeiro, reconhecermos os
feitos do Senhor por nós e fazermos menção deles (testemunho); segundo, o segredo de uma vida próspera é vivermos em
retidão e obediência ao Senhor; terceiro, em tempo de paz, não devemos ficar em
repouso, devemos trabalhar e edificar a nossa vida com Deus; quarto, em tempo de paz, não devemos baixar a guarda, temos
que levantar muros de proteção.
A Bíblia nos ensina que a nossa proteção vem do Senhor. Mas também,
nos ensina que devemos estar revestidos
do poder de Deus para que possamos resistir aos dias maus (Ef 6.10-18);
quinto, devemos construir torres, ou
seja, torre nos remete a ideia de
vigilância. Devemos estar atentos, pois o inimigo nos ronda como leão, de noite
e de dia, por isso, não podemos vacilar.
Jesus nos advertiu dizendo, “vigiai e orai” (Mt 26.41). A vigilância vem
em primeiro lugar, pois, embora possamos ter uma vida de oração, se não nos
precavermos, podemos cair em tentação. O inimigo é ardiloso e tudo o que ele
quer é nos tirar da presença do Senhor.
Resultado de uma Vida de Oração: Vitória
“E Asa clamou ao
Senhor, seu Deus e disse: Senhor, nada para ti é ajudar, quer o poderoso, quer
o de nenhuma força; ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em ti confiamos
e no teu nome viemos contra esta multidão;
Senhor, tu és o nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem” (v. 11).
Nos versículos anteriores ao citado acima (vv 8,9) fala do
ataque eminente de forças inimigas com um exército muito superior ao de Judá.
Asa, embora ciente da situação, não recuou e encarou de frente aquela situação.
Não sem antes colocar-se diante do Senhor e clamar por socorro. Sabia muito bem
que pelas forças meramente humanas seria impossível vencer aquela batalha, mas
a sua confiança estava no Senhor dos Exércitos. A sua vitória é a vitória do
povo de Deus, não só para aquele tempo mas em todas as épocas. Porque aquele
que confia no Senhor, jamais será desamparado.
A oração de Asa nos oferece grandes e riquíssimos ensinamentos quando ele diz:
1) “em ti confiamos e no teu nome viemos contra esta multidão” - , ele está reconhecendo que a sua força está em Deus e coloca-se totalmente dependente dEle, pois bem sabia o tamanho do gigante que o ameaçava;
2) “O Senhor é nosso Deus”, está proclamando o senhorio do Senhor sobre sua vida;
3) “nada é para ti ajudar” - , está reconhecendo a soberania de Deus, pois tudo passa pela sua vontade e se prostra diante de Deus em humildade para fazer um pedido;
4) “em ti confiamos” - manifesta a sua confiança no Senhor, a sua fé;
5) “no teu nome viemos contra a multidão" -, manifesta a glória de Deus na certeza de que a coragem e a força para lutar vinha do Senhor;
6) “não prevaleça contra ti o homem”-, pede para que Deus nenhum mal lhes suceda, mas que a vontade de Deus prevaleça sobre a intenção dos homens maus.
A oração de Asa nos oferece grandes e riquíssimos ensinamentos quando ele diz:
1) “em ti confiamos e no teu nome viemos contra esta multidão” - , ele está reconhecendo que a sua força está em Deus e coloca-se totalmente dependente dEle, pois bem sabia o tamanho do gigante que o ameaçava;
2) “O Senhor é nosso Deus”, está proclamando o senhorio do Senhor sobre sua vida;
3) “nada é para ti ajudar” - , está reconhecendo a soberania de Deus, pois tudo passa pela sua vontade e se prostra diante de Deus em humildade para fazer um pedido;
4) “em ti confiamos” - manifesta a sua confiança no Senhor, a sua fé;
5) “no teu nome viemos contra a multidão" -, manifesta a glória de Deus na certeza de que a coragem e a força para lutar vinha do Senhor;
6) “não prevaleça contra ti o homem”-, pede para que Deus nenhum mal lhes suceda, mas que a vontade de Deus prevaleça sobre a intenção dos homens maus.
Promessa de Deus para
os Fiéis
“Mas esforçai-vos, e
não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa” (v 7).
No início do Capítulo 15 (vv 1,2), diz que o Espírito de
Deus veio sobre Azarias, que era um profeta e este, foi ao encontro de Asa e
falou-lhe desta maneira: “Ouvi-me asa, e todo o Judá, e Benjamim, o Senhor está
convosco, enquanto vós estais com ele, e se o buscardes, o achareis; porém, se
o deixardes, vos deixará”. O que Deus
estava propondo a Asa era uma renovação de aliança. Ora, se havia essa
necessidade era porque ele e todo o povo de Judá já não estavam demonstrando a
mesma fé, o mesmo entusiasmo que dantes. O povo de Deus em tempos de calmaria
tende a se acomodar e não buscar a Deus com o mesmo fervor, até esfriar
totalmente e não mais busca-lo. Era isso que estava acontecendo.
Porque haviam retrocedido e se rebelado, o Senhor permitiu
que sobreviesse sobre eles muitas perturbações e conflitos (vv 5,6). Deus não
estava nada satisfeito com Judá e por algum tempo se ausentou deles (v 3). Mas, em meio ao sofrimento, eles se
arrependiam de terem se ausentado do Senhor e o buscavam. Deus, na sua infinita
misericórdia se fazia achar por eles (v 4). A palavra que proferiu a seu povo
por meio do profeta Azarias, era de fortalecimento, para que o seu povo
aguentasse firme as provações porque havia uma recompensa para os que
perseverassem e que nada do que estavam passando seria em vão, pois há um
propósito para todas as coisa, embora nem sempre tenhamos clareza disso porque
Deus trabalha em meio à calmaria mas também em meio a tempestade.
Após ouvir as
palavras do profeta, Asa se recompôs e esforçou-se em por fim ao que para Deus
era abominável e renovou o Altar do Senhor (v. 8). Asa reuniu toda Judá e
Benjamim e ajuntaram-se em Jerusalém e lá, ofereceram ao Senhor sacrifício (vv
9-11). Asa os exortou a renovar o concerto com o Senhor com toda a sinceridade
de seus corações (v 12) e eles assim o fizeram, jurando em voz alta, com
alegria, com barulho de trombetas e com buzinas (v 14). Depois disso, o Senhor
lhes deu novamente o repouso e voltaram a ter paz.
A fidelidade de
Asa foi tão grande que ele depôs a própria mãe, a rainha Maaca, pois ela havia
construído um monumento a Aserá. Asa destruiu esse ídolo, despedaçou-o e em
seguida o queimou. Depois, jogou-o junto ao ribeiro de Cedron (v. 16). Embora
Asa não tenha conseguido retirar todos os altos, ainda assim, procurou se
conduzir de forma que agradasse ao Senhor, durante todos aqueles dias (v. 17b).
Quando nossos olhos se desviam do Senhor
“E caiu Asa doente de seus pés no ano trigésimo nono do seu
reinado; grande por extremo era a sua enfermidade, e contudo, na sua
enfermidade, não buscou ao Senhor, mas, antes, aos médicos” (16.12).
Aconteceu, no trigésimo sexto ano do reinado de
Asa, lhe sobreveio, uma grande provação. Houve uma invasão por parte de Baasã,
rei de Israel do Reino do Norte, sobre Judá. Assustado, ao invés de buscar ao
Senhor, buscou reforços militares arameus (16.2). Depois de tantas provas de
que Deus era com ele, ainda assim, fraquejou, tomou uma decisão errada.
Preferiu, ao invés de confiar em Deus, confiar no homem. A Bíblia diz que
“maldito é o homem que confia nos homens” (Jr 17.5). Asa fez aliança com
Bem-Haddad rei da Síria, oferecendo-lhe ouro e prata, partes suas e partes
retiradas do próprio templo. Com isso, iniciou uma guerra em duas frentes
contra Baasã, deixando-o sem saída e forçando-o a retirar-se.
Logo depois desse ocorrido, veio até Asa o
vidente Hannani e disse-lhe: “Por que confiaste no rei da Síria, e não
confiaste no Senhor teu Deus, o exército do rei da Síria escapou de suas mãos”
(16.7). Se tivesse confiado no Senhor, certamente, como o profeta disse, Deus
lhe daria a vitória. No entanto, fraquejou na fé e agiu por conta própria. Deus
o repreende duramente pela boca do profeta, fazendo-o lembrar dos grandes
livramentos que tivera contra o etíope que possuía um exército tão grande
quanto o que agora se apresentava (16.8), e diz que, os olhos do Senhor estão
por toda a terra para fortalecer aqueles que o buscam e lhe entregam totalmente
o coração (16.9). E finaliza dizendo que, por não ter confiado no Senhor, teria
agora que arcar com as consequências de sua decisão e que teria que enfrentar
muitas guerras que viriam sobre Judá.
Após ouvir as
duras palavras, ao invés de se arrepender, Asa teve um ataque de ira e mandou
prender o vidente (16.10) e, como se não bastasse, passou a oprimir com brutalidade
a alguns do povo. O coração enrijeceu-lhe a alma e assim continuou, sem dar
mostras de arrependimento. Quantas pessoas não agem desta mesma forma. Apesar
de conhecerem a Deus, de conhecerem a Palavra, não são capazes de lidar com as
adversidades. Na primeira luta que vem já estão logo desistindo, abandonando
Deus e tudo o mais. Embrutecem a alma e passam a viver como prisioneiros de si
mesmos em cárceres privados.
Precisamos aprender a sermos mansos como Jesus nos
ensinou e humildes para reconhecermos as nossas faltas e pedirmos perdão. Asa
não teve essa atitude e no trigésimo nono ano de seu reinado, foi acometido de
uma enfermidade nos pés. Porém, nem assim procurou ao Senhor, preferindo
confiar nos médicos (16.12). Que
possamos aprender com essa história a nos perdoar quando erramos porque somos
criaturas falhas e a reconhecermos que carecemos da ajuda do Espírito Santo
para vencermos o pior inimigo que temos que somos nós mesmos.
CONCLUSÃO
O amor é lindo e nos envolve com tamanha força
que nos sentimos capazes de enfrentar o mundo para estarmos com a pessoa amada.
No entanto, com o passar dos tempos e, em meio às dificuldades, passamos
priorizar outras coisas e, se não nos atentarmos, o amor antes tão vigoroso e
intenso, vai se esvaindo até se extinguir. No nosso relacionamento com Deus,
não é diferente. Corremos o risco de estarmos envolvidos com tantas coisas na
Igreja, ou na vida secular, deixando de lado o nosso relacionamento com Deus e
assim, deixando de cultivar a essência desse amor que é o que nos mantém vivos.
Essa questão é tão séria que o próprio Cristo, dirigindo-se a Igreja de Éfeso,
proferiu a seguinte acusação contra ela: “Tenho, porém, contra ti, que deixaste
o primeiro amor” (Ap 2.4).
Sem o amor a Deus, tornamo-nos apenas religiosos, vazios e perdidos em nosso próprio entendimento. Assim sucedeu com o Rei Asa. Ele teve um lindo começo com Deus, mas um triste fim, porque já não o buscava mais, preferindo ser deus de si mesmo.
Que possamos aprender com essa lição e corrigirmos em nós as nossas falhas.
E que Deus, em sua infinita misericórdia nos alcance e nos restaure o primeiro amor.
Sem o amor a Deus, tornamo-nos apenas religiosos, vazios e perdidos em nosso próprio entendimento. Assim sucedeu com o Rei Asa. Ele teve um lindo começo com Deus, mas um triste fim, porque já não o buscava mais, preferindo ser deus de si mesmo.
Que possamos aprender com essa lição e corrigirmos em nós as nossas falhas.
E que Deus, em sua infinita misericórdia nos alcance e nos restaure o primeiro amor.
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