“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl.5:25)
Reflexão sobre o Tema
Não somos capazes, por mérito próprio a termos uma vida correta e digna. Também não conseguimos por nós mesmos, manifestarmos sentimentos nobres senão pela atuação do Espírito Santo. O homem natural não consegue gerar e manifestar frutos dignos de louvor, sem a ação divina em seus pensamentos e emoções. A natureza humana, em sua constituição, é diretamente afetada pelo pecado, e só a presença do Senhor no coração do homem pode reverter o curso normal das inclinações pecaminosas.
O Fruto do Espírito Santo é a manifestação das virtudes divinas em nosso caráter, influenciando diretamente nosso relacionamento com Deus, com o próximo e nossa vida particular. Uma pessoa alcançada pela salvação revela o poder transformador do Evangelho em ações que exaltem o Pai Celestial diante da sociedade, glorificam a pessoa de Cristo e comprovam o domínio do Espírito Santo em seu coração (Mt 5.16).
A vida Cristã é uma batalha entre as obras da natureza pecaminosa e o Fruto do Espírito Santo. Como seres mortais, ainda estamos sujeitos a um corpo que deseja coisas pecaminosas, porque a presença de Deus não aniquila a carne e suas paixões (Rm 7.14-25). Contudo, temos o Espírito Santo produzindo em nós o Seu Fruto, nos dando o poder que necessitamos para vencer as tentações produzidas pela lei do pecado que em nós habita (2 Co 5.17; Fil.4.13) até recebermos um corpo glorioso e incorruptível (1 Cor. 15:49).
PLANO DE AULA
Tema: Os
Frutos do Espírito
Texto
Base: Gálatas 5:22-25
Versículo para memorizar:
“Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito” (Gl.5:25).
Objetivos
Ensinar às crianças que da obediência a Deus nasce
uma árvore que, regada pelo Espírito Santo todos os dias produz bons frutos.
Introdução
O novo nascimento garante ao crente a presença do
Espírito Santo que se torna um grande amigo e conselheiro no processo de restauração.
Os frutos do Espírito Santo, aos poucos, vão delineando o novo caráter do
crente. Esse processo de crescimento começa pela meditação da Palavra de Deus que nos
fortalece, edifica e ensina e pela oração que nos liga ao criador.
Procedimento
1º Momento - Utilizar a ilustração de uma árvore e seus ramos, confome ilustração bíblica (Jo
15.1-17). Deixar claro que a árvore (videira) é Jesus (v.5) e que os galhos
somos nós. Há galhos que não produzem frutos (v.2) e, por isso, são arrancados
da árvore, porque o propósito da árvore é produzir frutos. Os ramos que não
permanecem na árvore secam e morrem e logo, são lançados no fogo para serem
queimados (v.4). Longe da árvore, o galho seca e morre. Os galhos que produzem
frutos são podados e limpos. A poda, espiritualmente falando, refere-se ao
processo de santificação (2Ts 2.13) do
crente. A poda espiritual desenvolve uma maior evidência da natureza de Cristo,
levando-nos ao estado de maturidade cristã.
2º Momento - Colocar sobre a árvore, alternadamente, as
ilustrações dos frutos do Espírito.
3º Momento – Explicar o
significado de cada um dos frutos do Espírito Santo , deixando que as crianças
interajam emitindo o seu entendimento antes e após a explicação, a fim de verificar o seu entendimento.
4º Momento – Exposição do tema com roteiro de estudo bíblico,
explicando as várias fases do desenvolvimento da nova criatura em Cristo Jesus.
Subsídio
para o evangelizador
Novas
Criaturas em Cristo Jesus – (Contação de História)
Ao aceitarmos a Jesus, começa uma nova etapa em
nossas vidas. Temos que abandonar a vida de pecado e mudarmos a direção de
nossas vidas, nos opondo relutantemente às obras da carne (Rm 8.6-8; Gl 5.17,21).
Esse processo não é tarefa fácil e por isso, Deus nos concedeu o
Espírito Santo que nos auxilia em nossas fraquezas (Gl 5:18) e derrama sobre
nós os seus frutos (Gl 5.22-23), a fim de assimilarmos a mente de Cristo (1 Co 2.15-16)
e nos tornarmos, verdadeiramente, novas Criaturas (2 Co.5:17).
O Pão que Alimenta a Alma e Fortalece o Espírito
Para resistirmos às investidas de Satanás (Ef 6.10-17),
que vai tentar o tempo todo nos tirar da presença do Senhor, temos que estar
inseridos, primeiramente, no corpo de
Cristo (1 Co 12.12-31), nos alimentando da Palavra de Deus (Mt 4.4) e meditando
nela, dia e noite, (Js 6.8-9) - conforme o Senhor orientou a Josué . A fim
de nos fortalecermos e não tropeçarmos
no engano (Ef 4.14). A oração e o cumprimento dos mandamentos de Deus resultam
numa estreita comunhão (Jo 14.15) com o nosso Criador e esses ingredientes
favorecem o crescimento e desenvolvimento da maturidade cristã.
Condições para Produzir Frutos
Há pelo menos três condições, conforme vimos, para
que ocorra uma colheita abundante de frutos espirituais:
- Sermos podados pelo Pai – “
Filho meu, não menosprezes a
correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado;
porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”
(Hb 12.5,6) . Passar pela poda, portanto, é nos submetermos à ação do Espírito Santo e
permitirmos a correção necessária que nos purificará e nos levará à
santificação (1 Ts 5.23; Hb 12.10-14).
- Permanecer em Cristo –
“...permanecei em mim e eu
permanecerei em vós” (Jo 15.4). Permanecer refere-se a posição em
relação à Cristo, ou seja, à comunhão com Ele (Ef 2.6). Precisamos estar
em Cristo da mesa forma que o ramo deve estar na videira. “Se alguém está
enxertado em Cristo, nova criatura é” (2 Co5.17). A idéia de estar
“enxertado” indica uma ligação muito profunda. Esta, portanto deve ser a
ligação do crente com Cristo para que possa se tornar frutífero.
- Cristo em nós – “...e eu permanecerei em vós (Jo.15.4). Diz
respeito à nossa frutificação, ou semelhança com Cristo. Isso somente se
dará quando atingirmos a maturidade cristã e o caráter de Cristo estiver
refletido em nós. Quem permanece em Cristo deve andar como Ele andou e
isso só é possível através do Espírito Santo. Cristo é a seiva que mantém
os ramos vivos e os torna frutíferos.
A Carne Milita Contra o Espírito
Paulo, nesta epístola descreve quais são os frutos
da carne (Gl 5.19-21) e quais os do espírito (v.22). Adverte que uma milita
contra a outra, se opondo entre si (v.17). Reforça o entendimento a todos que são nascidos em Cristo, que todas
as paixões que nos escravizavam foram
crucificadas com Ele (v.24).
Frutos da Carne
Paulo nos oferece uma lista enorme do que considera
frutos da carne as quais “são:
prostituição, impurezas, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias (Gl 5.19,20)
Frutos do Espírito
Somos inclinados para o pecado e, portanto, embora
libertos por Cristo, encontramos grandes dificuldades para nos libertar das
vicissitudes e dos atavismos que entulhamos em nossos corações. A presença do
Espírito Santo é a água purificadora que nos lava e purifica dia após dia de
toda imundície (Is 4.4a).
As mudanças, efetivamente só ocorrem mediante
intervenção do Espírito Santo que atua diretamente em nossos corações. É ele
quem nos ensina a compreender a mensagem de Deus e jorra em nossos corações a água viva que faz brotar a seu
turno os seus frutos.
Os frutos do Espírito Santo são: “Caridade (amor),
Alegria, Paz, Longanimidade (paciência), Benignidade (amabilidade), Bondade,
Fidelidade (fé), Mansidão (humildade), Temperança e Domínio Próprio” (vv. 22).
· Caridade
- “Caridade é a manifestação do
amor. O amor é paciente , é bondoso, não tem inveja, não é orgulhoso, não busca
seus próprios interesses, não guarda rancor [...], tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta; não suspeita mal.” ( 1Co. 13:4-7). O amor é a dimensão
mais importante do fruto espiritual, tanto que Jesus disse: “Um novo mandamento
vos dou: que vos ameis uns aos outros. E nisso conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo.13.34,35)
· Alegria - “A alegria do Senhor é a nossa força.” (Ne.8:10).
Trata-se nesse caso, de uma alegria que independe de circunstância ou
sentimentos, é um dom de Deus. A palavra alegria, nesse caso deriva do grego
chara que significa uma alegria que não depende de circunstâncias, mas sim do
relacionamento com Deus:”...o meus espírito se alegrou em Deus, meu Salvador
(Lc.1.47). Assim, podemos experimentar a alegria em meio às adversidades, porque
a Palavra nos consola: “os que semeiam em lágrimas, colherão com alegria”
(Sl,126:5) e completa ainda dizendo que
“a vossa tristeza se converterá em
alegria (Jo.16:20b).
· Paz – Trata-se
de uma paz que excede todo entendimento humano porque vai além das
circunstâncias. É uma paz que só Jesus pode dar: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a
dá”. (Jo 14.27a). A paz, outorgada pelo Espírito Santo é um estado de
extrema tranquilidade ou quietude porque sabemos que Deus é o autor da Paz e
nEle colocamos todas as nossas aflições
e podemos encontrar nEle a perfeita paz e descanso: “Tu és o meu refúgio
e fortaleza...” (Sl.91). Temos a certeza de que Ele suprirá todas as nossas
necessidades (Fp.4.19) e por isso descansamos.
· Longanimidade - É a qualidade dada por Deus que faz o homem ser paciente até na provação, é a perseverança. No livro de Provérbios encontramos a seguinte citação que nos diz: "Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o toma uma cidade" (Pv.16.32). Esse termo sugere tolerância que suporta injurias e aceita situações de irritação ou dor. Nisso, cabe bem a orientação de Tiago que nos diz: "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tg.1.19,20).
· Benignidade - É a disposição em
ser bondoso com o próximo. Significa excelência de
caráter, pensar bem a respeito das pessoas (daí o fato de estar ligada com o
julgar). Ser benigno significa também ser flexível. Deus não quer que sejamos
demasiadamente exigentes para com os outros, senão para conosco mesmo. Bondade
é a ação de ser bom, gentil e reto com o
próximo. A benignidade é o desejo pelo bem, a ausência de más intenções, a busca
pelo bem estar de nossos semelhantes. A manifestação deste sentimento nobre no
interior de um cristão o impede de desejar o mal a alguém, ainda que este tenha
cometido graves erros (I Co 13.4). “Quando eu disse: O meu pé vacila; a tua
benignidade, SENHOR, me susteve” (Sl 94.18).
·
Bondade – A bondade e a benignidade se distinguem por uma linha tão
tênue que quase não dá para se perceber a diferença ou complementação uma da
outra já que existe, senão, não seriam denominadas diferentemente. Se por um
lado a benignidade é a manifestação de um caráter cordial que atraí o ser
humano, por outro lado, a bondade, põe em prática, coloca em ação o ato de
entrega para com os outros. A palavra "bom" no entender da Escritura
significa literalmente "ser como Deus", porque Ele é o único que é
perfeitamente bom. Uma coisa é ter padrões éticos elevados, outra coisa é a
bondade que o Espírito Santo produz, que tem suas raízes em Deus. É fazer o bem
a partir de um coração bom, é agradar a Deus sem esperar medalhas ou
recompensas. Cristo quer que este tipo de bondade seja o normal em cada
cristão.
·
Fé (Fidelidade)
– Fidelidade
é a qualidade de quem possui fé. A fé que não conduz o crente à fidelidade, não
tem valor nenhuma para a prática na vida cristã, portanto é uma fé morta (Tg
2.14-26). Esta virtude baseia-se no nosso crer em Deus e na confiança profunda
e permanente de que Ele nos sustentará em todas as circunstâncias da
vida (Mt 17.20; 23.23; Mc 9.23; Lc 17.6; Romanos 1.17/ 1 Timóteo 6.12/ 2
Timóteo 4.7/ Hebreus 6.1; 10.38,39; 11.1/ 1 Jo 5.1-5).A fé viva impede-nos de sermos vencidos pelas
provações (2 Co 4.13). É por meio da fé que Deus move o sobrenatural em
nossas vidas, tanto é importante no relacionamento com Deus que a Bíblia diz
que “Sem ela, é impossível agradar a Deus “(Hb 11.6a).
· Mansidão - É uma virtude amorosa, pela
qual nos conservamos pacíficos, com serenidade e brandura, sem alterações,
quando nos confrontamos com coisas desagradáveis. É a capacidade de dominar os próprios impulsos diante de situações
adversas. Ser manso e pacífico é ter a capacidade de se controlar diante
daquilo que nos irrita; é aquele capaz de perder uma discussão, sem se
exasperar; é aquele capaz de discutir um assunto sem perder a calma; é aquele
capaz de ser livre do espírito de vingança, mesmo diante da provação. Mansidão
é a força sendo dominada. Moisés e Jesus eram mansos (Nm. 12.3; Mt.11.29),
mas mostravam força para enfrentar as autoridades poderosas de seu tempo e
condenar claramente seus pecados (Êx.32.19,20; Mt. 23.1-12). Portanto, nós
cristãos temos que buscar a sabedoria de Deus para agirmos com mansidão (Tg3.13).
· Temperança (Domínio Próprio) – É
a autodisciplina, o autocontrole. É a capacidade de ser moderado, de dominar o ego
e controlar a si próprio. A temperança implica dominar as paixões sensuais e
moderar os hábitos diários, ao invés de satisfazer os próprios desejos (2
Tm 1.7). O domínio próprio é o controle que o cristão exerce sobre sua
vida (Tiago 3.2). É a autodisciplina sobre suas palavras e atos.
Como Desenvolver estes Frutos?
Estes frutos só podem ser desenvolvidos à medida
que nos dispomos a seguir as orientações do Espírito Santo, abandonando a carne
e vivendo no espírito (Gl 5.18). A esse respeito, Paulo nos exorta dizendo:
“andai em Espírito” (v.16a), ou seja, trata-se nesse caso de uma luta que exige
de nós uma atitude firme de renúncia ao pecado e disposição para assimilarmos
as mudanças que o Espírito Santo quer operar em nós. Sozinhos não teremos
vitória sobre as nossas vicissitudes, precisamos reconhecer as nossas fraquezas
e nos entregarmos a doce ação do Espírito Santo. Nós nos preocupamos
demasiadamente com os dons espirituais e negligenciamos os frutos do Espírito.
Ambos devem caminhar juntos
Conclusão
Nós, cristãos, devemos nos espelhar em Jesus que é o modelo perfeito de todas as virtudes. Abandonar a “velha criatura” não é tarefa fácil, precisamos da ajuda do Espírito Santo para nos conduzir por um novo e vivo caminho. Esse caminho passa pela luz do entendimento que vem através do conhecimento da Palavra de Deus. Paulo nos orienta “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Só poderemos compreender a vontade de Deus através do estudo das Escrituras Sagradas. O nosso coração é um campo fértil onde a Palavra de Deus é semeada. À medida que o Espírito Santo vai regando, começa a brotar os frutos. A Palavra de Deus nos diz que “Toda árvore boa dá bons frutos” (Mt 7.15-20).
Sonia Oliveira
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