REFLEXÃO SOBRE O TEMA
As
circunstâncias que envolvem o nascimento de Jesus estão repletas de situações
controversas e polêmicas, sobretudo, no que diz respeito aos magos e a data do
seu nascimento. Essas discussões têm dividido opiniões até mesmo entre
evangélicos. Assim, há os que comemoram o natal mesmo cientes de que a data não
corresponde aos fatos, e há também, os que consideram a comemoração um ato de
heresia, por estar relacionado a uma prática pagã. De qualquer forma,trata-se
de um assunto bíblico o qual não pode ser desconsiderado.
Este
breve levantamento de informações históricas não pretende, de forma alguma um
aprofundamento dessa questão, mas apenas oferecer subsídio para reflexão, para
quem trabalha com evangelização a fim de elucidar sobre alguns aspectos
nevrálgicos relativos a origem do natal com o nascimento de Cristo.
Origem da data de 25
de dezembro
Os
estudiosos da Bíblia são unânimes em afirmar que a data de 25 de dezembro, em que se comemora o
natal, não corresponde, exatamente a data do nascimento de Cristo. Essa data
está relacionada com as festas pagãs do Antigo Império Romano.
De
acordo com as informações contidadas na Enciclopédia Católica (edição de 1911) e
enciclopédia Barsa, havia no Antigo Império Romano uma cultura de adoração ao
sol, ”natalis solis invicti” (nascimento do deus sol invencível), o qual
Constantino também era sacerdote. Estava relacionada às estações do ano.
No
período de 25 de dezembro, de 275, Aureliano transferiu para Roma os sacerdotes
do deus sol e tornou oficial o culto a esse deus pagão, proclamando-o como o
principal padroeiro do Império, construindo inclusive um templo de adoração a
ele em lugar de destaque denominado no Campo de Marte. As festividades
inerentes a esse culto pagão ficou conhecida como “Dies Natalis Solis Invicti”
(dia do nascimento do sol invencível).
Constantino
Institui o Cristianismo como Religião Oficial do Império
Roma
tentou impedir de todo jeito a propagação do cristianismo, mas as sucessivas
perseguições surtiram efeito contrário, o número de adeptos aumentava dia após
dia. A estratégia utilizada para coibir
a disseminação da fé cristã foi apropriar-se da nova religião e
descaracterizá-la para então destruí-la.
Assim sendo, Constantino “converteu-se” à nova fé e instituiu o cristianismo
como sendo a religião oficial de Roma.
Dando
continuidade ao plano diabólico, em 335 Constantino, oficializou a celebração
do natal em 25 de dezembro, a pretexto de celebrar o nascimento de Cristo,
quando na verdade a intenção clara era manter a cultura pagã de adoração ao
deus sol.
É
interessante também atentar para o fato de que o mesmo imperador, no ano de
321, no dia 7 de março instituiu que o primeiro dia da semana (“Sunday” na
tradução em inglês), considerado o “dia do sol”, fosse dedicado ao descanso
semanal. Coicidentemente ou não, para nós cristãos, o domingo não é o dia de
adorarmos ao Senhor? Percebem?
Período Provável do
Nascimento de Jesus
O
motivo pelo qual se considera improvável
a data de 25 corresponder ao nascimento de Jesus se deve, entre outras
coisas, ao fato de que nesse período em Israel é inverno e as
peregrinações dificilmente ocorrem. Já
ao contrário, durante as Festas do
Tabernáculo (Lev 23:39-44; Ne 8:13-18 ) que ocorre em
outubro, há grande fluxo de viajantes no
deserto indo para a comemoração em Israel.
O Plano de Satanás
A
intenção de satanás em todo esse processo de desviar a adoração a Cristo é
patética e evidente. Cientificamente é comprovada a importância não só do sol,
mas também da água, como fonte de vida. A ignorância espiritual dos povos antigos
os levaram a adorar muito mais a criação
do que o criador.
A Verdadeira Luz do
Mundo
O
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo veio ao mundo, e isto é fato (Mt.1:18-23).
A Sua luz brilhou desde o seu nascimento
e as trevas se levantaram para ofuscá-lo, tentando roubar-lhe o brilho
celeste. Mas, é Ele a verdadeira luz do
mundo e doador da vida eterna. Foi Jesus
mesmo que disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (Jo. 8:12). Quem conhece a verdade (Jo.8:32)
não se deixa enganar porque possui o discernimento das coisas espirituais
(1Co.2:15).
Deus conhece os que
verdadeiramente o adoram
É
certo que o povo pagão rendia adoração ao sol e, motivados por forças diabólicas armaram
situações para desviar a adoração devida ao nosso Senhor Jesus Cristo. Mas,
negar adoração ao Senhor não seria fazer o jogo que nos induziu os enganos do
passado?
Mediante
o contexto exposto à luz do entendimento
histórico que nos permite ter mais clareza a cerca dos fatos, qual deve ser a
atitude mais correta do cristão? A
Bíblia nos relata que os magos “O adoraram” (Mt.2:11b) enquanto menino pois
sabiam que ele seria o nosso salvador.
Se
o adoramos na data específica do dia 25 de dezembro, considerada natal de
Jesus, estaremos incorrendo em algum pecado? Será que Ele não conhece os nossos corações (Atos
1:24; Sl.44:21b) e não sabe reconhecer
os verdadeiros adoradores?
A
cruz antes do martírio era símbolo de maldição, mas Jesus quebrou esse jugo
pesado e ela passou a ter um outro significado para nós. A Páscoa também já
existia para os judeus (Pessach), mas
para o mundo cristão passou a ter um significado muito mais profundo, a ressurreição.
Assim,
as comemorações não traduzem o mesmo significado para todos quando a intenção em
nossos corações são diferentes. Deus pode transformar todas as situações em favor de
propósitos mais elevados. Gosto muito de uma frase do livro Pequeno Príncipe,
do filósofo francês Saint Exupérry que diz: “o essencial é invisível para os
olhos”.
O
nosso campo de visão é estreito demais para captarmos a dimensão da ótica de Deus
e compreendermos quais são os seus propósitos em tudo isso. O fato é, que Ele
está acima de todas essas questões e importa que O adoremos pelo que Ele é e
não por outro motivo.
No
período das festividades de natal, é interessante observarmos as diferentes
manifestações dos crentes. De um lado há os que estão alheios a todas essas
questões no tocante às polêmicas e, simplesmente reproduzem os costumes,
juntamente com seus familiares, e perpetuam
a tradição de dar presentes, dentre outras práticas.
Por
outro lado, hás os mais conservadores e por conseguinte, mais resistentes que
permanecem alheios e às vezes até mesmo contrários as comemorações de natal por se
tratar de práticas de origem pagãs.
Mas,
em meio a toda essa discussão, há os que
simplesmente aproveitam essa oportunidade para levar a mensagem de salvação
àqueles que nessa época do ano se tornam mais sensíveis e, portanto, mais
acessíveis a evangelização ou que,
simplesmente preferem louvar ao Senhor estando junto à família. E você, o que
pensa a respeito disso? Qual é a sua posição em relação a essa temática? Espero
ter contribuído com os irmãos para uma reflexão a respeito do assunto. Amém,
queridos!
IMAGENS ESPECIAIS
Te Amamos Senhor!
PLANO DE AULA
Tema: O Nascimento de
Jesus o Salvador
Texto Base: Mateus 1 e 2 e
Lucas 1 e 2
Versículo para
memorizar:
“Para Deus nada é impossível”
(Lc.1:37)
Objetivos
Ensinar
as crianças a verdade sobre o nascimento
de Jesus:
·
Assim
como foi dito pelos profetas, o plano de Deus se cumpriu por meio de Jesus
Cristo que veio ao mundo na forma humana mais em circunstâncias sobrenaturais.
Não foi Ele concebido pelo pecado, e sim pelo poder do Espírito Santo.
·
Ele
se fez homem e nasceu como um menino, transitou em nosso meio para nos ensinar
o caminho para o Pai; Veio como um cordeiro, manso e humilde, porém com poder e
autoridade para dissipar as trevas e aniquilar o mal; Veio para nos conceder a
salvação e a vida eterna;
·
As
especulações que se fazem em torno do natal em relação a data e outros fatores,
são nada mais nada menos, do que mais uma das tentativas de satanás de roubar a
honra e a adoração que devemos a Ele. Pois o que Ele foi ontem é hoje e para
toda eternidade. Devemos a Ele toda
honra e toda a glória, pois Ele é digno.
Introdução
As
circunstâncias que envolvem o nascimento de Jesus estão repletas de situações
controversas e polêmicas, sobretudo, no que diz respeito aos magos e a data do
seu nascimento. Essas discussões têm dividido opiniões até mesmo entre
evangélicos.
Desta
forma, há os que comemoram o natal mesmo cientes de que a data não corresponde
aos fatos, e há os que consideram a comemoração um ato de heresia, por estar
relacionado a uma prática pagã. De qualquer forma, trata-se de um assunto
bíblico o qual não pode ser desconsiderado e, enquanto evangelizadores de
crianças, não podemos disperdiçar as oportunidades de falar sobre essa
temática.
Procedimento
Iniciar
a aula fazendo uma sondagem a respeito do conhecimento relativo ao tema.
Apresentar alguns vídeos e clips que tratam do assunto e em seguida, proceder
ao estudo Bíblico,propriamente dito, com apoio de um roteiro previamente
elaborado para esta finalidade.
Contação de História
As Profecias
Messiânicas no Antigo Testamento
O
Antigo Testamento apresenta muitas profecias com requintes de detalhes sobre a
vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, o que foi, posteriormente
confirmado, assim nos levando a crer ser Ele, Jesus, o prometido de Deus e
Salvador da humanidade.
Em
Gênesis 3:15 há uma profecia de que o enviado de Deus seria semente de uma mulher. Esta afirmação
se cumpriu em Lucas 2:7. Em relação a descendência de Davi, Isaías 9:7 afirma e
Mateus 1:1 confirma. Malaquias , também profeta messiânico fala no Capítulo 5,
versos 2, sobre o lugar do seu nascimento, fato que se comprova em Mateus 2:1 e
Lucas 2:4-7.´
Um Tempo Determinado
para o Cumprimento das Escrituras
Quanto
a data, propriamente dita, não há referência precisa, porém em Daniel 9:25-27,
fala de um tempo determinado em que se cumpriria todas essas coisas e esses
fatos profetizados no passado se cumprem em Lucas 2:1-7. Isaías afirma no Capítulo
7 verso 14 que o messias nasceria de uma virgem, essa profecia se confirma em
Mateus 1-18.
Livros que Tratam
sobre o Nascimento de Jesus no Novo Testamento
Mateus
e Lucas são os únicos que escreveram sobre o nascimento de Jesus. Suas
características discursivas se diferem por se tratar de pessoas de cultura e
origens diferentes.
Mateus
era judeu e ex-cobrador de impostos e Lucas médico, considerado gentio por ser de origem grega.
Não se sabe exatamente onde ele nasceu, o que é certo é que vivera na Antioquia
da antiga Síria. Conheceu Paulo durante uma viagem e se tornaram amigos e
parceiros na obra missionária. Embora
suas narrativas se diferem, não se contradizem, ao contrário, se complementam e
são dirigidas a um público específico.
Característica das
descrições de Mateus
A
narrativa em Mateus está na terceira pessoa. Seus escritos se destinavam aos judeus. Desta forma, se apóia em revelações proféticas do Antigo Testamento
para comprovar a tese de que Jesus era o messias esperado.
Inicia
a narrativa já no primeiro capítulo, discorrendo
sobre a genealogia do povo judeu começando de Abraão até chegar em Jesus,
enfatizando a sua descendência judaica e apontando a sua linhagem real por meio
de Davi, como uma forma de legitimar a autenticidade dos fatos descritos.
Da
segunda parte em diante do primeiro capítulo, seguindo-se até o capítulo 2,
discorre sobre as circunstâncias do nascimento de Jesus, a visita dos magos e a
perseguição de Herodes, seguindo-se a fuga para o Egito e posterior retorno
quando então José fixou residência, juntamente com sua família em Nazaré, na
Galiléia.
Descrição do
nascimento de Jesus segundo Mateus
Mateus
inicia a descrição relativa ao nascimento a partir do versículo 18 do mesmo
capítulo, com a seguinte fala: “Ora, o
nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe desposada
(prometida, noiva) com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do
Espírito Santo” (Mt.1:18).
Um anjo Aparece em
Sonhos a José
Na
sequência relata que José sabendo não ser o pai, pensou em abandoná-la e passou
a arquitetar uma fuga (Mt.1:19), porém, conhecendo-lhe as intenções, eis que
lhe apareceu um anjo em sonho e confirmou que o filho que Maria estava gerando
em seu ventre fora concebido pelo Espírito Santo (Mt.1:20) e que cabia a ele
ajudá-la no cumprimento de tão honrosa missão. José compreedeu e aceitou
Cumprimento da
Profecia de Isaías
Na
sequência da anunciação, falou que o
menino deveria se chamar Jesus (Mt.1:21-22) e que tudo seria de
conformidade com a profecia de Isaías dita 700 anos antes: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel” (Is.7:14). O significado do
nome Emanuel é Deus conosco. A
referência ao profeta foi um argumento contundente para que José aceitasse a
missão
Ao
despertar, José fez conforme lhe havia dito o anjo, permanecendo junto à Maria
e, segundo o que está escrito, ele: “não a conheceu até que desse à luz a seu
filho, o primogênito”(v.25). O que significa que não a tocou durante esse
período, o que não significa que depois do nascimento não tiveram uma vida
conjugal normal.
Os Magos do Oriente
A
narrativa da primeira parte do segundo capítulo trata sobre a visita dos magos
vindo do oriente seguindo uma estrela à procura de uma menino, que seria rei em
Israel, segundo a profecia messiânica de
Miquéias (Mq.5:2).
Em
Mateus há referência a esse texto: “e tu
Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá,
porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel”
(Mt.2:6).
A
procedência desses magos é muito vaga. Não há menção quanto a origem dos
mesmos, apenas a afirmação de que vinham
do oriente (Mt.1:1). De conformidade com o contexto geográfico da época,
oriente era toda região localizada a leste do Jordão: Transjordânia, Persa,
Arábia e Babilônia. A única certeza que se pode ter desse fato é que eles
tinham conhecimento das Escrituras, pois seguiram a descrição do profeta Miquéias
para chegarem a Belém.
Os Presentes dos
Magos
A
Bíblia não descreve a quantidade de magos, diz apenas “uns” (Mt.2:1b). A
tradição convencionou dizer que eram três, com base em registros de fontes não
aceitas canonicamente, denominados apócrifos e outras fontes não comprovadas. O que se sabe, na verdade, é que trouxeram
três presentes. O termo mago, naquela época, era muito utilizado para se
referir aos estudiosos da astrologia, cientistas, pessoas de grande
conhecimento.
Simbologia dos
Presentes
Segundo
os costumes da época, não se chegava à presença de um rei sem apresentar
presentes caríssimos. Quando os magos se propuseram a ir até Belém em busca do
menino que seria rei em Israel (Mt.2:6), levaram consigo o que tinham de melhor
para dar-lhe de presente, ouro,
mirra e incenso. Simbolicamente, atribui-se significados a esses presentes, os
quais seguem abaixo:
·
O
ouro era sinônimo de nobreza, de
realeza, presentes oferecidos a reis.
·
A mirra era uma resina antisséptica, extraída de ervas de sabor amargo, muito usada para embalsamar corpos. Representava imortalidade (vida eterna). O suposto sabor amargo representava o sofrimento que Jesus teria que enfrentar, posteriormente, na condição humana.
A mirra era uma resina antisséptica, extraída de ervas de sabor amargo, muito usada para embalsamar corpos. Representava imortalidade (vida eterna). O suposto sabor amargo representava o sofrimento que Jesus teria que enfrentar, posteriormente, na condição humana.
·
O Incenso simbolizava a espiritualidade, a presença de Deus.
O Incenso simbolizava a espiritualidade, a presença de Deus.
Assim,
de conformidade com a simbologia dos presentes, Jesus foi homenageado como rei
(ouro), como Deus (incenso) e como homem (mirra).
Como
os magos não sabiam exatamente onde encontrar o menino Jesus, sairam a
perguntar em Jerusalém se alguém tinha
notícia desse fato (Mt.2:2). O boato chegou até Herodes que não se agradou com a
possibilidade de haver um sucessor no
trono (v.3).
Porém
dissimulou a contrariedade e mostrou-se solícito para com os magos questionando
sobre como ficaram sabendo desse fato (Mt.2:4) e, até mesmo arriscando um
palpite do caminho provável para
localizá-lo (v.8). Pediu, cordialmente, para ser informado, caso o encontrassem
pois também gostaria de prestar-lhe homenagem (v:8b).
A Estrela como Guia
Após
ouvirem a Herodes, seguiram viagem guiados pela mesma estrela que os trouxera
até ali. Pararam quando a mesma se deteve em um determinado lugar onde
constataram ser o local onde estava o o menino (Mt.2:9).
Conforme está
escrito: “e entrando na casa, acharam o
menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se,
o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas:
ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11). Não retornaram à Jerusalém porque em sonho
tiveram a revelação dos planos de Herodes, então partiram por outro caminho.
Fuga para o Egito
Ao perceber que fora enganado
pelos magos, Herodes ficou furioso e mandou matar todos os meninos com menos de
dois anos que haviam nascido em Belém. Avisados pelo anjo do Senhor em sonho quanto
a intenção de Herodes, em meio à noite, José pegou sua família e foi para o
Egito (Mt.2:13), lá permanecendo até a morte de Herodes. Mateus usa a profecia
de Oséias para fazer alusão a esse fato, onde ele diz: “Do Egito chamei meu
Filho” (Os.11:1).
Com a morte de Herodes, Arquelau seu filho assumiu o trono. José
temeu retornar, mas, novamente instruido em sonho pelo anjo do Senhor, foi para
a região da Galiléia na cidade de Nazaré, para que se cumprisse mais uma
vez o que fora dito pelo profeta: “Ele
será chamado nazareno” (v.23).
É impressionante observar que quando alguém se coloca no centro da
vontade de Deus, Ele se desdobra em cuidados e proteção. Só nesse episódio, por
duas vezes o anjo avisa José dos perigos, dando a ele as saídas estratégicas
para escapar da ação do inimigo. E assim
também é para com todos aqueles que o temem.
Características
do Texto de Lucas
Lucas inicia a narrativa dirigindo-se a um suposto amigo chamado
Teófilo (aquele que ama a Deus). Seu discurso apresenta uma certa intimidade
com o interlocutor onde ele discorre na
primeira pessoa e, também, emite opiniões.
Após a introdução segue até o final da narrativa na terceira
pessoa, traçando uma linha de raciocínio que abrange aspectos históricos e
geográficos a fim de proporcionar uma visão panorâmica ao leitor gentio, a quem
se dirigia, sobre a tese levantada de que Jesus era o messias enviado por Deus
e Salvador da humanidade.
De conformidade com sua cultura e considerando o público alvo,
escreve os textos em grego. As riquezas
de detalhes nos escritos denotam uma preocupação em proporcionar um
entendimento claro e preciso da situação exposta.
Os gentios, em sua maioria,
não tinham acessoa às Escrituras e o que sabiam a respeito do assunto
era pela tradição oral de testemunha oculares. Os escassos manuscritos que
tinham acesso eram fragmentados deixando lacunas no entendimento.
Assim, Lucas faz um estudo
mais aprofundado de cunho histórico para que pudessem compreender melhor a
missão de Jesus. Além do fator intelectual é indiscutível a inspiração divina,
em ambos os casos, tanto de Lucas quanto de Mateus.
Anúncio
do Nascimento de Jesus
Nesse texto, Lucas menciona de que forma Maria tomou conhecimento
de que seria mãe do menino Jesus.Diz que “foi o anjo Gabriel, enviado por Deus
a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré” (Lc.1:26). A missão do anjo era
anunciar a Maria os planos de Deus em relação a Jesus.
Apresentação
do Anjo à Maria
Diz o texto que o anjo veio onde Maria estava, mas não pormenoriza
onde. Certamente se encontrava em lugar reservado, distante de olhares, pois
houve um diálogo entre os dois. Primeiramente o
anjo a saudou da seguinte forma: “Salve
agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc.1:28).
Maria ficou certamente emocionada, mas demonstrou não estar compreendendo aquela situação. Então, o anjo lhe disse: “Maria, não temas, porque achaste graça
diante de Deus” (Lc.1:30). Disse-lhe ainda: “Eis que em teu ventre conceberás,
e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (v.31).
Durante o diálogo, o anjo descreve
a origem divina e a magestade de Jesus
e a extensão do seu poder espiritual. “Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará
eternamente na casa de Jacó e o seu reino não terá fim” (Lc.1:32-33).
A Preocupação de Maria
Após ouvir tudo, Maria expõe a
sua preocupação: “Como se fará isso,visto
que não conheço varão? (Lc.1:34). Em resposta o anjo lhe diz: “Descerá sobre ti o Espírito Santo e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a
sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho
de Deus” (v.35).
Após informar sobre a gravidez de sua prima Isabel que era estéril,
afirma que: “para Deus nada é impossível”
(Lc.1:37). Mediante todas essas coisas, Maria se rende ao Senhor dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em
mim segundo a tua palavra” (v.38). Somente então o anjo se retirou.
Belém o Berço de Jesus
Lucas começa relatando que já próximo do nascimento de Jesus, César Augusto baixou um
decreto obrigatório, convocando a todos para se alistarem em suas cidades de
origem (Lc.2:1). Como José procedia da casa de Davi, saiu de Nazaré à Judéia,
em Belém (Lc.2:3-4).
Chegando-se a cidade, Maria entrou em trabalho de parto. Como não
havia lugar onde pudessem se hospedar, tiveram que improvisar um local não se
sabe ao certo onde. Em Mateus há a
afirmação de que tratava de uma casa
(Mt.2:11a).
A hipótese de se tratar de lugar reservado aos animais
(estrebaria), consiste na fala do anjo aos pastores de que o menino seria
encontrado em uma manjedoura – coxo, (Lc.2:12b) e também, na seguinte
afirmação:“E deu a luz o seu filho
primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na estalagem”
(Lc.2: 7).
Os
Pastores de Belém
Diz o texto de Lucas, que era noite e havia no campo, nas
proximidades, alguns pastores trabalhando (Lc.2:8). “E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os
cercou de resplendor, e tiveram grande temor” (v.9).
Mediante o espanto, o anjo disse: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas e grandes alegria, que será
para todo o povo, pois, nas cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor” (v.9-10). Disse-lhes o anjo: “E isso vos será por sinal:
achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura (artefato de
madeira para servir alimento aos animais).
A
Orquestra Celestial
No mesmo instante em que o anjo falava essas coisas, eis que: “apareceu junto a eles uma multidão dos
exércitos celestiais, louvando a
Deus e dizendo: Glória, glória a Deus nas alturas, paz na terra boa vontade
para com os homens!” (Lc.2:12-14).
Testemunho
dos Pastores
Tão logo ouviram a notícia, os pastores se dirigiram ao local
indicado e, certificando-se sobre a veracidade dos fatos, deram testemunho do
que lhes tinha sido dito sobre o menino. Todos se maravilharam (Lc.2: 16-17) e
então os pastores voltaram ao seu trabalho glorificando ao Senhor por tudo o
que tinham visto e ouvido (v.20).
A
Circuncisão e Apresentação de Jesus
Passados oito dias do nascimento, o casal, José e Maria como
judeus, levaram seu filho ao templo para ser apresentado e passar pela
circuncisão. No ato, foi-lhe confirmado o nome que o anjo já lhe havia dado
anteriormente (Lc.2:21).
Passados os dias da purificação José seguiu até Jerusalém para
apresentar o menino ao templo, porque estava escrito na Lei, que todo
primogênito fosse consagrado ao Senhor” (Lc.2:23).
Conclusão
Embora haja diferenças nas narrativas de ambos os autores, as
informações se complementam entre si
proporcionando um entendimento claro dos acontecimentos. É fato que existe algumas lacunas por falta
informação, o que deu margem a tantas discussões e suscitou interpretações
polêmicas.
Os pontos mais discutidos se referem aos magos, local provável
onde se deu o nascimento e a questão da data 25 de dezembro instituída como
data oficial para celebrar o nascimento de Jesus, fato que notadamente não corresponde
a verdade.
O motivo da escolha dessa data tem a ver com as festividades do Antigo Império Romano em
adoração ao deus sol. Posteriormente à
conversão de Constantino, o cristianismo se tornou religião oficial em Roma e,
como forma de manter a tradição. Constantino substituiu essa data pela
comemoração do nascimento de Jesus, agradando desta forma a todos, aos cristãos
e pagãos.
Esse é o ponto principal que tem dividido opiniões entre os evangélicos.
Esse é o ponto principal que tem dividido opiniões entre os evangélicos.
Sonia Oliveira
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