terça-feira, 26 de maio de 2015

Família sob Ataque

“...Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus” (1 Sm 30.6c).

Introdução

Davi era um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13.14). Sua vida foi marcada pela sua dependência do Senhor (Sl.17.5; 18.21; 25.4,5; 143.8,10), pela sua humildade em reconhecer suas limitações (Sl.131;40.12,17) e pela sua coragem, no enfrentamento de animais selvagens para defender o seu rebanho e a sua luta com um gigante filisteu (1 Sm 17.32, 34,35) e em muitas outras situações. Deus o escolheu para ser rei em Israel, mas esse fato aliado à popularidade de Davi, despertaram em Saul o então rei, uma profunda inveja que o motivou a persegui-lo de forma implacável a fim de mata-lo. Davi passou por um período muito difícil em sua vida, tendo que se esconder muitas das vezes, em cavernas. Já esgotado, no limite de suas forças, buscou refúgio em terras filisteias, lugar onde deduzia estar livre das perseguições. Ali fez um acordo com o rei Áquis e este lhe concedeu uma cidade Ziclague, para se estabelecer com seu exército de seiscentos homens. Davi estava agora em uma zona de conforto. Parecia que tudo ia bem. Mas uma grande tragédia se abateu sobre sua vida e mudou o rumo de sua história.

Ziclague, Uma Cidade Destruída Pelos Inimigos
Davi e seus soldados estavam há três dias fora de casa e ao retornar com seus homens, se depararam com a cidade totalmente destruída pelo fogo ateado pelos amalequitas (1 Sm 30.1). Embora não tivessem matado ninguém, levaram cativos todos os que ali se encontravam, mulheres e crianças (vv 2,3). Vendo a situação, Davi e os homens que estavam com ele, entraram em desespero e choraram, até não haver mais forças para chorar (v.4). O desespero de Davi aumentou porque o povo angustiado pela situação, o culparam pelos acontecimentos e arvoraram-se contra ele, ameaçando apedrejá-lo. Porém Davi buscou forças no Senhor (v.6) e reagiu, levantou-se e foi consultar o sacerdote Abiatar (v 7) e vestindo-se de éfode, falou ao Senhor, pedindo-lhe a direção no que deveria fazer, qual decisão deveria tomar mediante os fatos. A resposta do Senhor foi imediata, disse-lhe para ir atrás dos amalequitas pois tudo lhe seria restituído (v.8). 

Lições Extraídas do Texto
1- O Ataque do Inimigo
Os amalequitas atacaram a cidade enquanto Davi e seus homens estavam fora. Não houve resistência. A destruição foi total. O alvo do inimigo é a destruição das nossas famílias. Davi era um homem de muitas qualidades, porém, não vigiou em relação a sua própria família, seu bem mais precioso, deixando-a vulnerável. O inimigo atacou a vida de Davi em cinco áreas: família, finanças, saúde mental (desânimo e depressão), relacionamentos (contendas), separação (mulheres e filhos). Da mesma forma, as famílias de hoje estão sob ataque constante. O inimigo espreita os lares, observa as fragilidades, e se aproveita das oportunidades para destruir as famílias na tentativa de interromper o projeto de Deus.

2- O Campo de Atuação do Inimigo é Limitado
Ele só pode agir até onde Deus permite. O texto diz que as famílias foram levadas cativas (v 2), porém nada lhes fizeram de mal. Isso porque não houve permissão de Deus. No livro de Jó, Deus deixa bem claro para Satanás que ele poderia tocar em algumas áreas da vida de seu servo, de outras, não, portanto, a atuação do inimigo na vida do crente é limitada. Deus é soberano e nada escapa ao seu controle. Se Ele permite algumas provações, é porque através dela, Deus está forjando um novo caráter em nossas vidas, uma nova mentalidade, apontando-nos um novo caminho e alinhando os nossos propósitos à sua vontade. 

3- A Tragédia de Ziclague Escondia um Propósito
Deus permitiu a destruição de Ziclague porque tinha um propósito nisso. Inicialmente, Ziclague tornou-se uma zona de conforto para Davi. Embora estivesse em território inimigo, ele vivia bem. Era respeitado e tinha uma relativa paz. Mas o propósito de Deus era que Davi retornasse para Jerusalém. E por causa do comodismo de Davi, Deus permitiu o ataque do inimigo para despertá-lo e fazê-lo lembrar das promessas de Deus em sua vida. Se Davi permanecesse em Ziclague, ele não seria rei de Israel.

Da mesma forma, muitas vezes nós também, estamos em uma zona de conforto. Esquecemos que temos um chamado de Deus em nossas vidas, deixamos de lado o Reino de Deus e nos ocupamos com as situações imediatas da vida e o tempo vai passando. Um belo dia, sem que ninguém espera, a nossa Ziclague é destruída, o nosso projeto de vida se dissipa diante de nossos olhos. Quando o desespero assola o nosso coração e tudo parece perdido, uma luz se acende e lembramo-nos de que o nosso socorro está no Senhor. 

Havia um outro problema que precisava ser resolvido. Embora Davi fosse um homem bem sucedido em tudo o que fazia, porque Deus era com ele, a sua família estava sendo negligenciada. Deixara a família a mercê de uma situação por conta de outros problemas que não competia a ele resolver. Deus o fez rever seus valores e voltar a dar prioridade para o que é realmente relevante na vida de um homem. O nosso maior tesouro é a nossa família. Quantas vezes priorizamos outras coisas e deixamos a nossa família de lado? Quantas vezes, mesmo estando debaixo do mesmo teto há um abismo que nos separa de quem amamos, o abismo do individualismo, da falta de comunicação? Isso tudo é munição para o inimigo agir. 

4- “...Davi e seus homens choraram até não terem mais força pra chorar” ( v.4)
A dor era tamanha que tanto Davi quanto seus homens choraram até não haver mais lágrimas. Muitas vezes, nos tornamos insensíveis diante de tantas situações de sofrimento que acontecem ao nosso redor, que um certo conformismo se instala em nossos corações. Parece que nada mais nos comove. Porém, quando a dor se abate sobre nossa casa, sobre nossa família, não tem como permanecer indiferente. A dor é tamanha que parece que abre um buraco no coração, o chão se fende e ficamos totalmente sem reação e a única coisa que conseguimos fazer é chorar. O choro é o grito da nossa alma. Mas a Palavra do Senhor ensina que “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5b).

5- “...O Ânimo de todo o povo estava em amargura” (v 6)
O maior alvo do inimigo é o nosso coração. Ele sabe que um coração desanimado não oferece muita resistência. Por isso ele quer disseminar o desânimo, a angústia, o desespero, para enfraquecer as nossas forças. Ao incendiar a cidade de Ziclague, o intuito do inimigo não era a destruição da cidade em si, mas era tirar a segurança, a estabilidade, entristecer o coração de Davi e seus homens, semear o desespero, tirar-lhes a esperança.

6- “...Davi se esforçou no Senhor, seu Deus” ( v.6c)
Davi acreditando ser a melhor solução para seu problema, aliou-se com uma nação inimiga, sem considerar o fato de que essa aliança poderia envolve-lo em situações que não estavam de conformidade com os planos de Deus. E foi isso, exatamente que aconteceu. Por conta dessa aliança, Davi estava prestes a se juntar ao exército filisteu para lutar contra o seu próprio povo. Mas Deus não lhe permitiu e fê-lo tomar o caminho de volta para sua casa. 

As consequências de seus erros recaíram sobre sua casa, sobre sua família. Davi reconheceu suas falhas. Chorou amargamente, até não ter mais o que chorar. O estado de desânimo se abateu sobre ele e sobre todos. Não conseguia ver solução para aquela situação. Pensou talvez, que estivesse tudo perdido. Porém, lembrou-se que o seu Deus era o Deus do impossível e fortaleceu-se imediatamente, sabia que somente Ele poderia ajuda-lo naquele momento e uma nova esperança se acendeu em seu coração. Levantou-se e foi até o sacerdote Abiatar que lhe entregou o éfode para que pudesse se colocar diante do Senhor. 

7- “...Então consultou Davi ao Senhor” (v 8a)
Davi vai buscar em Deus a resposta para os seus problemas. Desta vez ele toma a atitude certa. Vai levar a sua causa aos pés do Senhor. Humildemente ele pergunta ao Senhor o que deveria fazer diante daquela situação, se teria alguma chance de recuperar sua família e tudo o que fora levado. A resposta foi imediata. Disse o Senhor: “Persegue-a, porque, decerto a alcançaras e tudo libertarás” (v 8b). As provações não tem o objetivo de nos deixar prostrados. O Senhor permite as tribulações somente quando há um propósito específico para isso. 

Mas Ele não quer nos ver prostrados e derrotados. Ele espera de nós uma atitude de coragem para vencermos as adversidades. Ele está disposto a nos ajudar, mas não dispensa o nosso esforço. As estratégias é Ele quem dá. Mas precisamos enfrentar a situação com fé e coragem. “O inimigo veio para matar, roubar e destruir (Jo 10.10), mas Jesus veio para destruir as suas obras ( 1 Jo 3.8). Por isso em Cristo Jesus, somos mais do que vencedores (Rm 8.37). 

8- Em Tempos de Guerra, Não dá Para Descansar
Deus se agradou da atitude de Davi em consulta-Lo e lhe deu estratégias para recuperar tudo o que lhe fora tirado. Davi e seus homens seguiram o rastro dos amalequitas, mesmo sem saber direito onde eles estavam. No caminho encontraram um egípcio que há três dias não comia nem bebia. Davi tratou-o primeiramente e depois e um quis saber quem ele era. O homem disse que era um escravo de um dos amalequitas e que fora deixado para trás porque estava doente (v. 11-13). 

Davi pediu-lhe que os levassem até o acampamento onde o grupo estava e assim o homem o fez (v. 15-16). Interessante essa passagem porque ela mostra que quando Deus quer dar a vitória ele usa até o inimigo para ajudar os seus. Davi seguiu com quatrocentos homens do seu exército porque duzentos deles não aguentaram prosseguir e ficaram no meio do caminho (v 10). Todos estavam exausto, mas Davi estava obstinado e não descansaria até conseguir o que queria. Em tempos de guerra, não dá pra descansar, ainda mais quando a nossa família está nas mãos do inimigo. 

9 - “...Salvou Davi tudo quanto tomaram os amalequitas (v. 18)
Davi chegou de surpresa matou todos os que estavam no acampamento (v 17) e apenas alguns conseguira escapar tendo estes fugido. Davi então recuperou tudo o que fora sequestrado, mulheres, crianças e seus bens. E ainda levou consigo os despojos do inimigo (v 18-20). Davi voltou vitorioso. Ele reverteu o quadro de sofrimento que se abateu sobre sua família e tomou a decisão certa, saiu do quadro de prostração, levantou-se e foi à luta, porém, não mais sozinho, mas com Deus.

10 - “...Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo (v.24b)
Ao retornarem até o ponto onde os duzentos homens de Davi aguardavam por estarem cansados, surge um impasse entre eles. Os que foram, e enfrentaram a batalha julgaram ter direito exclusivo sobre os despojos e não pretendiam repartir com os que ficaram no meio do caminho. Porém, Davi, com justiça interviu na situação e disse que, tanto o que vai diretamente à luta quanto o que fica na retaguarda dando o suporte são igualmente importantes e que merecem a mesma recompensa, considerando que aqueles homens não prosseguiram, mas ficaram cuidando da bagagem. Esta decisão permaneceu entre os seus homens e foi aplicada também, durante o seu reinado. 

No sentido espiritual, há uma grande lição nesse episódio. Muitos são os missionários que estão no campo de batalha enfrentando a luta de forma mais direta, no entanto, o seu trabalho não dispensa a ajuda de outras pessoas, tanto no sentido financeiro, quanto de intercessão. Tanto o que vai, quanto o que fica na retaguarda dando suporte, são igualmente importantes para Deus e dignos da mesma recompensa no Céu. 

Conclusão
Ziclague nos ensina que muitas vezes, apesar do aparente conforto dos lares, em seu interior, há famílias totalmente reféns do inimigo. Enquanto o líder da casa está ausente, o inimigo ataca. Essa ausência pode até não ser física, mas afetiva e espiritual. Quando não abraçamos e ensinamos os nossos filhos, o inimigo o adota. Essa é a realidade. Muitos pais desatentos, só percebem o abandono quando já é tarde demais, quando seus filhos e suas esposas já foram levados cativos. O sofrimento, nesses casos é inevitável, para todos. Mas Davi nos ensina que apesar de tudo, quando procuramos no Senhor as estratégias para salvar a nossa família. Ele se agrada e nos levanta para vencer. Que possamos refletir nesta mensagem com profundidade, pois grandes ensinamentos nos oferece.

Sonia Oliveira


Veja aqui alguns dos Estudos disponíveis no Arquivo do blog:

  1. ISamuel - Resposta ao chamado de Deus
  2. Juizes - Período Teocrático 
  3. Sansão - Exemplo de Imaturidade 
  4. Gideão - Um Homem Revestido de Poder 
  5. Abimeleque - Ambição Sem Limites 
  6. José do Egito 
  7. Josué e Calebe - Enfrentando o Gigante do Medo 
  8. Josué - A Derrota de Ai 
  9. Palavra de Deus - Uma Mensagem Transformadora 
  10. Evangelizar é Preciso! 
  11. A Vontade Soberana de Deus 
  12. O Espírito Santo a Terceira Pessoa da Trindade 
  13. Páscoa Cristã 
  14. Dons Espirituais 
  15. Missões com Excelência - A boa semente
  16. É Tempo de Despertar 
  17. Epístola aos Filipenses
  18. Virando as Costas para Deus
  19. A Oração de Habacuque
  20. Os Frutos do Espirito
  21. Jabez a Oração que Mudou uma Historia
  22. Os Escolhidos de Deus
  23. Compromisso com Deus
  24. Compromisso com a Verdade
  25. A Família sob Ataque
  26. Ageu a Reconstrucao do Templo
  27. Jonas a Misericordia de Deus
  28. Davi um Coração Quebrantado Diante de Deus
  29. Amor o Maior Mandamento
  30. Renovação Espiritual
  31. Como ser Forte nos Momentos de Fraqueza
  32. Elias Relacionamento e Dependência de Deus
  33. Colossenses Supremacia de Cristo
  34. Um Convite á Graça e Restauração
  35. Nova Criatura em Cristo
  36. Apressa-te Senhor em me Ajudar
  37. A Boa Mão de Deus Sobre Mim
  38. Naamã o Mergulho na Graça de Deus
  39. Asafe o Perigo de Perder o Foco
  40. Aprendendo a Ser Dependente de Deus
  41. Jó a Essência da Adoração
  42. Saber Esperar no Senhor
  43. Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 1
  44. Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 2
  45. Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 3
  46. Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 4 
  47. Livro de Habacuque (Vídeo) - parte 5
  48. Epístola aos Colossenses (Vídeo) - Introdução
  49. Santificação

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Compromisso com a Verdade

"Se vós permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; 
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará“ (Jo 8.31b,32)

Introdução
Quando Jesus estava sendo interrogado por Pilatos, este lhe perguntou “O que é a verdade?” (Jo 18.38a). E esta é uma pergunta que permanece para muitos ainda hoje. Vivemos em um contexto de relativismo onde a verdade depende do ponto de vista de cada um. Desta forma, não há uma regra absoluta e cada um constrói para si, conforme as suas conveniências as suas próprias “verdades”. Alguns dizem “eu creio em Deus do meu jeito”. E assim, cultuam um deus que está sujeito às suas próprias vontades. Na verdade, estão cultuando a sua própria vaidade porque o “eu” está em primeiro plano. Seguem suas vidas acreditando que é possível ter um relacionamento com Deus sem nenhum compromisso. E para nós que somos cristãos, o que é a verdade? O que a Bíblia diz a esse respeito?

1 – Cegueira Espiritual
A Bíblia diz que o “deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co.4.4) Satanás sabe que enquanto as pessoas não tiverem entendimento das escrituras, será fácil manipulá-las, inculcando-lhes todo tipo de engano. Pensam que são livres por fazerem o que querem, mas na verdade, estão presas "no laço do diabo" (2 Tm 2.26), sob o "poder do maligno" (1 João 5:19) como escravas de Satanás (Ef. 2.2). Jesus disse que “todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (Jo. 8.34b).

E quanto aos salvos? Estes, Satanás não pode dominar (Cl 1.13), porém, pode tentar, porque “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14). O problema não é a tentação em si, mas a inclinação do homem para o pecado. Por isso o apóstolo Pedro disse: “Portanto, sujeitai-vos a Deus. Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (1 Pe 5.8.) Sujeitar-se a Deus significa obedecê-lo, significa conhecer a vontade soberana de Deus e colocá-la em prática (Tg 1.22).



Resistir ao diabo é opor-se a sua atuação e não aceitar suas sugestões malignas. Há um combate contínuo acontecendo no mundo espiritual cujo propósito é tirar o crente da presença de Deus. É necessário ter conhecimento e discernimento para perceber as astúcias do inimigo e munir-se de todas as armaduras de Deus (Ef 6.10) a fim de combatê-las. A questão é, será que todo crente tem conhecimento bíblico suficiente para discernir o certo do errado, a verdade da mentira?

Necessidade do Conhecimento – Mt 22.29b
Vivemos em um país onde há liberdade religiosa. Praticamente em quase todas as esquina das grandes cidades do Brasil há uma Igreja evangélica. Embora seja grande o número de crentes, prevalece o descaso com as Escrituras. O povo de Deus é, na sua grande maioria, analfabeto de Bíblia. A Bíblia é a nossa regra de fé. Sem conhece-la é impossível sabermos qual seja a boa e perfeita vontade de Deus para conosco. A falta de conhecimento bíblico tem produzido crentes fracos e aneuréticos que não suportam as adversidades e por qualquer motivo abandonam a fé. As palavras de Jesus ecoam em nossos ouvidos: “errais não conhecendo as Escrituras” (Mt 22.29b) 

2 - Os Alicerces da Igreja Estão Abalados – Os 4.6
Os alicerces para uma vida cristã saudável estão contidos nas Escrituras mas o povo de Deus tem sido negligente e por isso perecem. O livro de Oséias ilustra bem esse fato quando Deus desabafa dizendo: "O meu povo está sendo destruído, porque lhes falta o conhecimento" (Os 4.6). Cabia aos sacerdotes daquela época ensinarem o povo, mas estes negligenciaram essa tarefa porque também haviam se corrompido. Da mesma forma, nos dias de hoje há muitos líderes cristãos que têm sido negligente na formação de seu rebanho e isso tem abalado os alicerces da Igreja. O inimigo não tem encontrado muita resistência para atuar no meio do povo de Deus. 

As Novas Tecnologias X Disseminação de Valores
Sem dúvidas que as novas tecnologias têm proporcionado grandes benefícios à humanidade. Nunca o acesso às informações foram tão rápido e acessível como nos dias atuais. Esse fato é muito positivo se soubermos filtrar as informações que chegam até nós. Porém, esta é também uma das ferramentas que têm facilitado muito a atuação de Satanás, pois permite que cheguem, diariamente, nos lares, um verdadeiro bombardeio de informações perniciosas e tendenciosas que têm disseminando costumes, valores e crenças, imprimindo na mente dos jovens o engano, distanciando-os cada vez mais da verdade. 

Muitos crentes desapercebidos estão abrindo as portas de suas casas para o “inimigo” entrar, matar, roubar e destruir suas famílias (Jo.10.10). As novas tecnologias têm também oferecido uma grande variedade de estratégias que proporcionam distrações à mente, para que as pessoas não tenham tempo para pensar no que está acontecendo. Ficam tão absortas no mundo virtual que perdem o contato com a realidade, tornam-se alienadas. Seus cérebros ficam como que anestesiados. Sentem-se desmotivados para ler, principalmente, as Escrituras e quando o fazem, preferem um “fast-food” bíblico, mensagens rápidas, de preferência que seja de vitória.



Há também os que defendem a ideia de que a Bíblia é obsoleta e não serve para os padrões atuais e por isso tentam deturpar o seu conteúdo, manipulando-o em favor de seus próprios interesses. A Bíblia ensina que a amizade com o mundo constitui-se inimizade com Deus (T4.4b). Não tem como servir a dois senhores sem parcialidade (Mt 6.24b). As nossas escolhas definem as nossas prioridades. O que você tem priorizado em sua vida? Qual o caminho que você está trilhando? Onde você almeja chegar? 

3- A Verdade é a Palavra de Deus – Jo 14.6
O livro de Provérbios diz que “há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv. 14.12). Esse é o caminho que o mundo nos ensina. Mas Jesus nos alerta dizendo: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” e conclui: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Então, não é todo caminho que leva a Deus como prega o ecumenismo. Só Jesus nos conduz ao Pai. A Bíblia é o “GPS” que sinaliza o caminho que devemos trilhar para chegarmos ao destino final. A Bíblia é a Palavra de Deus, portanto, a única verdade na qual temos que orientar a nossa vida. Não podemos perder o foco. O nosso alvo é Cristo. O apóstolo Pedro disse certa vez, inspirado pelo Espirito Santo: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo. 6.68). Não há como manter-se vivo sem nutrir o nosso espírito com a Palavra de Deus.

4- Conhecereis a Verdade ...
O homem natural possui apenas as percepções das coisas. Por não ter experimentado o novo nascimento (Jô.3:3-7), não tem o Espírito Santo (Rm.8:9) e vive em trevas. A escuridão de sua alma não lhe permite ter uma visão clara da realidade (IICor.4:3 e 4) e por esta razão tem o coração embrutecido. Desta forma, é conduzido pelos seus instintos (II Pe.2:12-14). Não consegue ter a compreensão do certo e do errado e age totalmente movido pelo desejo, tornando-se escravo de suas paixões (Ef.2:3). As coisas do mundo lhe são atraentes porque está em harmonia com ele (Tg.4:4). Assim sendo, Satanás tem pleno domínio sobre ele (At.26:18; Rm. 8:6-8).

O homem espiritual experimentou o novo nascimento (I Pe. 1:3-4) e por isso é dirigido e dominado pelo Espírito Santo (Rm.8:4). Ele tem uma nova natureza (II Co. 5:17), seu “eu está crucificado com Cristo (Gl. 2:20), assim como também, o mundo (Gl. 6:14). É maduro espiritualmente, tem amor pela Palavra (Sl.1:1) e sente prazer na oração. Por conhecer a Palavra tem clareza sobre o que é certo ou errado e busca a santificação (IICor. 7:1; I Pe.1:16). Tem discernimento espiritual e por isso é seguidor de Cristo e não de homem (I Cor. 3:4; 21-23).



Durante o discurso de Jesus sobre a sua missão terrena, ele diz aos judeus que ouvindo-o creram nEle: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.31,32). Há um condicionante nesta frase, “se”, indicando que não basta apenas acreditar, é preciso ser discípulo de Jesus e guardar a sua palavra para que sejamos totalmente libertos de todas as vicissitudes que foram impressas em nossa mente e que nos aprisionam. Ser discípulo é ser imitador do mestre, é caminhar lado à lado com ele, é refletir a sua imagem. Há muitos que creem, porém não o seguem e não praticam seus ensinamentos, permanecendo prisioneiros do pecado. 

5- O Evangelho é Poder de Deus - Rm.1.16
O apóstolo Paulo, como bom discipulador instruiu a Timóteo sobre a aplicabilidade do Evangelho na vida do crente, dizendo-lhe que: “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2Tm 3.16,17). Disse ainda que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (1 Co.2.9-13). Considerando todas essas coisas ele orienta: “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” ( 2 Tm 2.15). E acrescenta ainda dizendo que o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todos que creem (Rm 1.16). 

6- Verdade que Santifica – (Jo. 17.17)
Em sua oração pelos discípulos Jesus disse: “santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Quando olhamos para nós tendo como parâmetro a Bíblia, percebemos o que somos e quem devemos ser como cristão. É como se olhar no espelho. Somos santos em Cristo porque o seu sangue precioso encobre a nossa culpa. Mas a nossa natureza é pecaminosa e a purificação é um processo longo que exige muito sacrifício e renúncia, mas que é necessária. O escritor aos Hebreus coloca, inclusive essa questão como condicionante para estarmos na presença de Deus quando diz “sem a santificação ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Da mesma forma o apóstolo Paulo aconselha os irmãos de Corinto “purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus” (2Co 7.1). Portanto, a santidade é condição para uma vida com Deus. “Pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16).

Conclusão
A caminhada com Cristo não é fácil pois exige de nós sacrifício e renúncia. Mas Ele mesmo disse que estaria conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20b), portanto, não estamos sós, temos em quem confiar. O diálogo de Deus com Josué quando lhe foi confiada a missão de substituir Moisés na condução do povo à terra Prometida, serve para refletirmos na importância que é a obediência à Palavra de Deus para que tudo o que fizermos seja abençoado. Disse Deus: “tão somente esforça-te e tem muito bom ânimo” (Js 1.7a) Deus está falando comigo e com você, não desista de lutar, não tenha receio de nada, tenha coragem, persevere! Mas há um condicionante para que tudo vá bem em nossas vidas. Veja o que Ele diz a Josué: “não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e prudentemente te conduzirás” (v.8). O que eu aprendo com isso? Que o segredo de uma vida abençoada é a obediência à Palavra de Deus que contém todos os seus ensinamentos. Por isso o Salmista disse: “Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na Lei do Senhor” (Sl 119.1).

Sonia Oliveira


Veja aqui alguns dos Estudos disponíveis no Arquivo do blog:

  1. ISamuel - Resposta ao chamado de Deus
  2. Juizes - Período Teocrático 
  3. Sansão - Exemplo de Imaturidade 
  4. Gideão - Um Homem Revestido de Poder 
  5. Abimeleque - Ambição Sem Limites 
  6. José do Egito 
  7. Josué e Calebe - Enfrentando o Gigante do Medo 
  8. Josué - A Derrota de Ai 
  9. Palavra de Deus - Uma Mensagem Transformadora 
  10. Evangelizar é Preciso! 
  11. A Vontade Soberana de Deus 
  12. O Espírito Santo a Terceira Pessoa da Trindade 
  13. Páscoa Cristã 
  14. Dons Espirituais 
  15. Missões com Excelência - A boa semente
  16. É Tempo de Despertar 
  17. Epístola aos Filipenses
  18. Virando as Costas para Deus
  19. A Oração de Habacuque
  20. Os Frutos do Espirito
  21. Jabez a Oração que Mudou uma Historia
  22. Os Escolhidos de Deus
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  30. Renovação Espiritual
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  34. Um Convite á Graça e Restauração
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